Ontem, dia 11 de Junho, com a encosta norte da Arrábida à sua direita, duas dezenas de caminhantes tomaram a direcção da Estrada da Califórnia, num caminho rural bordejando viçosos vinhedos. Para norte, a visão longa e serena do Vale do Tejo, com Lisboa em fundo. Para sul, imponente, o mosaico verdejante da muralha calcária da Serra. No final do estradão de terra batida, que nos trouxe desde a Estrada da Califórnia, já com o Moinho do Cuco à vista, abriu-se uma imensa clareira cercada por aprazível arvoredo. Então, do cimo de um elevado socalco, qual janela panorâmica, espantados e aturdidos por tanta beleza, olhámos a Arrábida, olhos nos olhos. A Serra desvelou-se, em toda a sua majestade e grandeza, perante o nosso olhar emocionado. Nos primeiros seis meses de 2023, o Synapsis palmilhou léguas na companhia de largas dezenas de caminhantes, apaixonados pela beleza paisagística e aura mística Serra da Arrábida. Em Fevereiro, calcorreámos os caminhos do Xico das Saias, inopinado eremi
de assinalar a surpreendente, sempre surpreendente, vivência próxima dos amigos roazes, entretidos em grupo, em Família bem para além de laços de sangue
ResponderEliminardurante uma fresca manhã, os golfinhos permitiram a nossa interessada companhia, exactamente à hora da refeição - há registo fotográfico a evidenciar a pescaria e a alegria de um repasto convivial
há também registo da presença de uma tenra cria, porventura o anunciado "Pirata" nascido há poucos dias, ainda colado à mãe ou à golfinha ama que a reveza
algumas embarcações aproximavam-se, curiosas, um tanto intrusivas, sobretudo de mantinham os motores ligados - e algumas atitudes dos golfinhos demonstravam stress, com batimentos da barbatana caudal a resfolegar na água, por vezes interpretado como pirueta mas afinal uma reacção legítima a manifestar desconforto
há uma comunidade a respeitar por outra comunidade que perturba um habitat precioso e que importa preservar e cuidar
a comunidade "invasora" também se comportou bem, abrindo o pano e velejando a singrar sem ruído sob as águas do Sado anfitrião - acima da linha de água era a vozearia de crianças e adultos, expressão de admiração e espanto, inevitáveis afectos contidos, ante o prodígio da natureza e de seres que os humanos devem respeitar, em coexistência pacífica e dever de assegurar a biodiversidade, a sustentabilidade do habitat, a despoluição dos rios, a desobstrução do estuário, para que os golfinhos sobrevivam e se desenvolvam, em harmonia
e se tanto precisamos de harmonia, também temos que avançar na harmonia com a natureza e com os seres que habitam o planeta azul
em especial, tornar estes passeios a expressão da possibilidade de convivência harmoniosa entre os habitantes do nosso rio Azul
uma bela manhã no Sado, obrigado ;_)))