Arrábida olhos nos olhos
Ontem, dia 11 de Junho, com a encosta norte da Arrábida à sua direita, duas dezenas de caminhantes tomaram a direcção da Estrada da Califórnia, num caminho rural bordejando viçosos vinhedos. Para norte, a visão longa e serena do Vale do Tejo, com Lisboa em fundo. Para sul, imponente, o mosaico verdejante da muralha calcária da Serra. No final do estradão de terra batida, que nos trouxe desde a Estrada da Califórnia, já com o Moinho do Cuco à vista, abriu-se uma imensa clareira cercada por aprazível arvoredo. Então, do cimo de um elevado socalco, qual janela panorâmica, espantados e aturdidos por tanta beleza, olhámos a Arrábida, olhos nos olhos. A Serra desvelou-se, em toda a sua majestade e grandeza, perante o nosso olhar emocionado. Nos primeiros seis meses de 2023, o Synapsis palmilhou léguas na companhia de largas dezenas de caminhantes, apaixonados pela beleza paisagística e aura mística Serra da Arrábida. Em Fevereiro, calcorreámos os caminhos do Xico das Saias, inopinado eremi
Enfim o mar, a minha eternidade
ResponderEliminarà mão de semear. Recolho apelos
ouvidos além, ou seja, de outra
eternidade. A minha abeira-se,
molha-me os pés, quando na praia,
ou todo inteiro, entro a mergulhar,
furioso de não poder calar
as vozes que, entanto, se entremeiam
nas ondas, como um sussurro
angélico de vultos encostados,
que me segredam coisas de pasmar,
caminhando, sem peso, no mar.
Parábola, Ruy Cinatti