A poesia e a árvore entrelaçadas - Texto de Isabel Melo - Fotografias de Francisco Borba
Árvore e poesia têm coexistido lado a lado ao longo da civilização e da história do homem. Numa simbiose perfeita aparece a árvore em lendas, alegorias e poemas, já desde a Antiguidade Clássica, em poetas como Virgílio e Homero. A própria história das religiões assenta a sua génese sobre uma árvore, caso da árvore da ciência da vida e do fruto proibido de Adão e Eva, bem como as árvores veneradas na Sibéria e México que deram origem à humanidade, ou a palmeira que Maomé pedia para tomarem “como se fosse a irmã do nosso pai” e a árvore, debaixo da qual, Buda se tornou iluminado. Quantas vezes os troncos das árvores deram origem ao tronco de um poema e quantas vezes as suas folhas saltaram para as folhas de papel, adornando poemas com as suas flores e frutos. Foi o caso de Eugénio de Andrade que, em sentido mítico, convocou a Odisseia de Homero “Como a palmeira jovem/que Ulisses viu em Delos, assim/esbelto era o dia/em que te encontrei” e que foi personificando na sua obras as divers