O meu lenço da rota da seda - Isabel Melo
Em solavanco de ideias aterrámos no aeroporto Sempre perscrutando a sensação das nuvens suspensas À volta de questões inéditas num vacilar dos acontecimentos Que traduziam uma viagem sob o balanço da existência. As pessoas eram outras, mas as mesmas do mundo Que iam ouvindo e discutindo num tropel de notícias Onde augúrios agrestes de vozes da Europa ecoavam; Ao sabor de um ritual no tempo de lendas e história Pairava um ansiar de certeza, onde só valia a memória Sentindo os reflexos irónicos de medos que arrebatavam. As explicações do guia transmitiam aos lugares a inquietude Que em órbita chegavam aos nossos telefones e audiovisuais De um perpassar de saudade do ausente e uma global atitude De aflição hirta e anormal dos povos em quotidiano lívido, De conhecer este presente, de parar nestes momentos o rastilho. A rota da seda desde sempre no meu imaginário, foi passeada Não com sentido do verdadeiro aman