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A mostrar mensagens de novembro, 2020
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João Reis Ribeiro nasceu numa pequena aldeia do norte do país, Alvarães, tendo completado o ensino secundário, no Liceu de Viana do Castelo. Depois das aulas costumava ajudar a família no campo, participando nas múltiplas actividades (desde as sementeiras às colheitas, e até cuidar do gado). Optou pelo ensino, um sonho e um desejo desde a juventude, depois de ter trabalhado cinco anos, tempo que aproveitou para completar a sua formação académica, maioritariamente como trabalhador-estudante. O seu entusiamo com a profissão de professor e envolvimento com a Escola levou-o a assumir o desafio da responsabilidade de cargos de gestão, tendo nomeadamente presidido à sua escola durante sete anos. Os jornais sempre foram um desafio para ele, e sempre gostou de escrever, mas “para ser publicado e não para a gaveta, não para ser visto mas para partilhar”. Profundo admirador de Sebastião da Gama, foi co-fundador e primeiro presidente da Associação Cultural Sebastião da Gama, assumindo ainda hoj

Novas exposições temporárias no MAEDS

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  Novas exposições temporárias no MAEDS 28 Novembro 2020, 11h00 Visitáveis gratuitamente até 16 de Janeiro de 2021, de Terça a Sábado: 9h00-12h30/14h00-17h30.   Pouca Terra…Pouca Terra Que paisagens?   Uma exposição de arte colectiva, onde convivem estilos, perspectivas e filosofias diferenciadas, constitui invariavelmente um desafio ao encontro, diálogo e debate. Em plena crise pandémica, em que a distância social se impôs no nosso vocabulário e comportamento, não nos podemos esquecer que, por natureza, os Humanos são seres gregários e que a actividade cultural e seus agentes não podem ser suspensos. A sua produção é tão ou mais necessária nos momentos de crise como o que vivemos. A segunda reflexão que aqui desejo partilhar prende-se, claramente, com a ideia estruturante da exposição: as belas paisagens do nosso planeta e a urgência da sua conservação. Todos os meios de comunicação são poucos para a criação de uma consciência universal sobre os problemas ambientai

As mil e uma palavras de um só dia - Adérito Vilares

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  O tempo é vigília. Não dorme. Não descansa. Nada o detém no constante pingar de cada segundo. Nascemos, vivemos e morremos embalados nos braços do tempo que, indiferente ao que nos acontece, prossegue inexoravelmente a sua trilha cadente. Apesar de nos deslizarmos por entre o seu escorrer infinito não o conseguimos explicar. Vivenciamo-lo apenas. Na soma de todas as tentativas de o perceber inventámos conceitos como o passado, o presente e o futuro e pudemos concluir que o passado e o futuro não existem porque o primeiro já foi e o segundo será sempre algo para lá do agora. Resta-nos o presente que está sempre em movimento e que é um permanente e movimentadíssimo cruzamento entre o passado e o futuro e que pode ser entendido como a força motriz da mudança. James Joyce e Virginia Woolf ofereceram-nos duas obras que tiveram o condão de nos colocar na confluência dessa tríade de conceitos condensados no espaço temporal de apenas um dia: “Ulisses” e “Mrs Dolloway”, duas históri

Manifesto Anti-poesia - João Coelho

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  Detesto a poesia ! Detesto as palavras doces e elanguescidas, e detesto os inspirados anseios soprados às nossas almas desamparadas. Detesto as contradições e os segredos, que se revelam arrebatadoramente nas noites sublimes de lua cheia. Detesto as estrelas que dançam e alegremente espalham a sua suavidade serena, destruindo a penumbra que nos envolve. Detesto os olhares ternos que se cruzam, a sua eternidade, e as mãos que se entrelaçam. Detesto os heróis, fortes e solitários, a sua persistência e a sua coragem, e detesto ainda a sua inteligência e o facto de quererem ser maiores que a própria vida! Detesto as princesas, ardilosas e de beleza inigualável. Detesto os seus tímidos olhos cor de mel, verdes como bosques profundos, e a sua pele macia como nuvens duma tarde de verão. Detesto os sentimentos de não estar, estando, e ter de partir, sendo que chegou a hora. Detesto as despedidas desesperadas e as lágrimas tremelicando no canto do olho tanto como detesto os rigo

Gonçalo Ribeiro Telles (1922-2020)

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A RESPIRAÇÃO DO MUNDO -  Gonçalo Ribeiro Telles (1922-2020) Gonçalo Ribeiro Telles desapareceu há poucos dias, aos 98 anos de idade, mas deixou uma obra muito extensa na área da arquitectura paisagista, e não só, o que podia não ter acontecido se não tivesse Ribeiro Telles um tio-avô que morava num 5º andar na Rua das Pretas, em Lisboa, de onde desde muito cedo uma visão sobre grande parte da capital despertou no futuro arquitecto paisagista um espírito arquitectónico, paisagístico e crítico.  Viria a ser também político - ligado ao Partido Popular Monárquico (PPM) e mais tarde ao Movimento pela Terra (MPT) -, fez parte de diversos Governos Provisórios e Constitucionais, como Secretário de Estado, mas especialmente como Ministro da Qualidade de Vida (algo inédito a nível europeu no princípio dos anos 80). Tido como um visionário, Gonçalo Ribeiro Telles destacou-se como um dos pioneiros de defesa do Ambiente em Portugal e um dos principais responsáveis por muitas áreas verdes de Lisboa,
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  Exposição traz a Portugal obras de Dali e Jeff Koons   A exposição internacional Art Show está a decorrer, até 6 de Dezembro, em Cascais, acolhendo nomes sonantes da arte moderna e contemporânea . O mote da exposição é dado por obras de Salvador Dali, que tem naquele espaço mais de trinta gravuras originais, litografias e desenhos raros. Uma oportunidade para apreciar também obras autenticadas e certificadas de Jeff Koons, Carole Feuerman, Idan Zareski, Richard Orlinski, Patrick Rubinstein, Patrick Hughes, Joseph, Christian Voigt ou Cécile Plaisance. A exposição é da Bel-Air Fine Art, um grupo de arte internacional, com galerias de arte espalhadas por todo o mundo, que está pela primeira vez em Portugal , mas cujos proprietários, Gregory e François Chabanian, têm uma ligação muito próxima com o país, em concreto com Cascais. A exposição pode ser vista na Rua Marina de Cascais 1, Loja 1, em Cascais, de Segunda a Sexta, das 14h00 às 20h00; e aos fins de semana, das 10h00 às 2
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  GRANDE ANGULAR - Manhã suspensa no Nevoeiro - fotografia de José Alex Gandum Nem todas as fotografias têm uma história que valha a pena contar. Esta, por acaso, tem, pois partiu de uma indecisão, de um vai-não-vai, e isto porque não se deve sair de casa sem uma máquina fotográfica, nem que seja para ir comprar o jornal numa 'Manhã suspensa no Nevoeiro'. Mas descortinar uma parte oculta do Cristo-Rei e da Ponte bem ao longe e não ter mais que um smartphone à mão, é uma angústia para quem gosta de captar cada momento, insólito ou não. Num caso destes, há que decidir: voltar atrás e ir buscar uma máquina com zoom (o que demoraria no mínimo uns dez minutos) ou seguir em frente, ir comprar o jornal, tomar um café e ficar a desejar que na manhã seguinte o cenário seja igual ao de hoje.  Não há que hesitar, é mesmo questão para voltar atrás a correr e ficar fazendo figas para que a cortina de nevoeiro não se dissipe nos minutos seguintes... e a corridinha matinal valeu a pena, ain

Setúbal homenageia D. Manuel Martins

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D. Manuel Martins, o primeiro bispo de Setúbal, foi homenageado a 26 de Outubro de 2020 pela Diocese e Município, assinalando, assim, o 45.º aniversário da sua Ordenação Episcopal. A 26 de Outubro de 1975, durante a sua ordenação na Sé de Setúbal, afirmava D. Manuel Martins nas suas primeiras palavras: “Nasci Bispo em Setúbal, agora, sou de Setúbal. Aqui, anunciarei o Evangelho da libertação, na justiça e no amor”. Quarenta e cinco anos depois, também na Catedral, na celebração da Eucaristia, D. José Ornelas, Bispo de Setúbal e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, evocou a figura de D. Manuel como exemplo para a Igreja Católica e sociedade, destacando a sua “atenção e compromisso com os que mais precisavam” e a sensibilidade de “intervenção social”. Seguiu-se a inauguração de uma estátua de D. Manuel Martins no Largo da Sé e, a propósito, disse, ainda, D. José, referindo-se a D. Manuel: “Um Bispo fiel a Deus e, por isso mesmo, atento ao seu povo”. A peça escultórica, da auto

GRANDE ANGULAR - Sem rumo fiquei - fotografia de Alberto Pereira

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GRANDE ANGULAR - Uma secção do blogue Synapsis que leva aos seus leitores a visão única e irrepetível da fracção de segundo que congela e eterniza o tempo: a fotografia. SP Alberto Pereira  nasceu em Setúbal, onde teve uma infância alegre, quando a rua ainda era um local de brincadeira, mas foi a entrada nos escuteiros que mais marcou a sua juventude e crescimento. Fora da sua actividade profissional (auditor de qualidade), encontra espaço para ocupar o seu tempo com o que verdadeiramente o realiza - ler, ouvir música, tocar, pintar e, recentemente, revela interesse pela arte de filmar e fotografar. O fascínio pelo desenho e pela pintura, fruto de influência materna e paterna, começou ainda em criança. Inscreve-se na escola naturalista, é um retratista do lugar. As suas telas e desenhos congelam o instantâneo, num registo afável e sereno, que convida a visitar o lugar. A paixão pelo desenho a traço foi retomada após anos de interrupção, sucedendo a uma fase dedicada à pintura a óleo e