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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

Este novo tempo - um poema de Isabel Melo

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  Este novo tempo   Que tempo este que nos assola Qual eclipse circunda a Terra Que tempo este que nos transforma Que se quer renovar como a serra Segredos espreitam em sombras de dor Ondas enchem e vazam como marés Seres da multidão vão gerando amor   Seres avançam e recuam não indiferentes Buscam seus caminhos, suas origens Gritos de angústia, silêncios de paz Na alma minha, alma das gentes   Que tempo este que nos assola Que tempo este que nos transforma   Que era da existência antes de nascer Onde estávamos nós nossa mãe Que é da existência depois de perecer Mostra-nos Deus o caminho para se entender   Une-nos à Terra verde Dá-nos o silêncio da paz Ensina-nos como renovar Se o tempo nos quiser transformar Para não mais o Mundo perguntar   Que tempo este que nos assola Que tempo este que nos transforma. Isabel Melo

Corre corre que é Natal! - Poema e fotografias de José Alex Gandum

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Longe de polémicas religiosas, de ideologias, de éticas e falsas filosofias. Longe das subtilezas da publicidade, que tudo vende, que tudo salda e se dissipa como poeira breve. Longe de moralismos, de agnosticismos ou ateísmos. Longe, muito longe de oportunismos ou de falsos afectos. Mas perto, muito perto de todos, numa mensagem simples, feita de palavras de amizade e solidariedade, a todos os seus amigos, parceiros e seguidores o Synapsis deseja um Feliz Natal e um Ano 2021 renovado, cheio de luz e esperança. SP Corre corre que é Natal o tempo está a esgotar e há tanta coisa a comprar um relógio de pulso um biombo talvez haja no Colombo quiçá no Vasco da Gama mas será que é por impulso que levo aquele colar? até já tenho um igual! Que mania de comprar e quase tudo para dar assim manda o Natal: computador, telemóvel impressora, LCD, mesmo que o dinheiro não dê, há que comprar, é Natal, e depois logo se vê... Corre corre que é Natal Bolo-rainha ou Bolo-rei coscorão ou rabanada já n

Silêncio - fotografia de Alexandre Murtinheira

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  Alexandre Murtinheira é professor de Artes Visuais na Escola do Ensino Secundário D. João II, em Setúbal. Artista multifacetado, desenvolve a sua atividade artística na pintura, na música, nas artes performativas e essencialmente na fotografia . Tem vindo a desenvolver um trabalho meticuloso, através da experimentação de novos materiais, ensaiando e consolidando técnicas e processos, numa diversidade de recursos que resultam numa apresentação muito ecléctica, contemporânea e exploradora de uma estética inovadora. É membro fundador do grupo Synapsis. GRANDE ANGULAR Uma secção do blogue Synapsis que leva aos seus leitores a visão única e irrepetível da fracção de segundo que congela e eterniza o tempo: a fotografia.

Quem muito corre, pouco alcança - Elisabete Caramelo

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Num tempo marcado pela velocidade tecnológica, os seres humanos aceleraram drasticamente as suas vidas. Passamos o tempo a correr para conseguir fazer tudo o que queremos ou necessitamos e, tal como nos versos de Manuela de Freitas, cantados por Camané “corre a gente decidida/ pra ter a vida que quer/ sem repararmos que a vida/ passa por nós a correr”. Agendas cheias, trabalho em excesso, vida familiar assoberbada, demasiadas ligações nas redes sociais e pouco contacto humano de qualidade, criam um cenário propício ao grande inimigo destes tempos: o Stress. Perante esta pequena palavra estrangeirada, a paciência e o tédio da primeira metade do século passado fazem parte da memória longínqua do “conta-me como foi”. Além de tirar o sabor à vida e de nos impedir de viver plenamente, o stress gera ansiedade, desconcentração e muitos danos que podem ser irreversíveis. Por isso, é fundamental começar por ter consciência do que representa e como se pode diminuir. Este curto vídeo TED d

Eduardo Lourenço - Partiu o príncipe "da nossa Baviera" - Fátima Ribeiro de Medeiros

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  Dia 1 de dezembro. Pelas 9:20 h da manhã, a pivô do “Bom-Dia Portugal”, RTP 1, anunciava: “notícia de última hora: faleceu Eduardo Lourenço, filósofo e ensaísta. Tinha 97 anos. Não foi indicada a causa da morte.” Cerca de meia hora depois, a mesma estação transmitia a primeira reação, a de Boaventura de Sousa Santos. A morte de Eduardo Lourenço, o príncipe “da nossa Baviera”, não era nada de que não estivesse à espera, mas sinto uma tristeza, um amargo de boca, uma sensação de algo que se perdeu para sempre e não será substituível, como não pensei que me aconteceria. Recordo a sua lucidez, a sua fina ironia e até um gostinho para a teatralidade que não perdia se a oportunidade lhe passasse em frente. Em 2008, ao pedir-lhe que me assinasse a 2.ª edição de  Fernando Pessoa Revisitado  (publicada em 1981 e que adquiri em 1988), comentou: «Ah! Tem esta edição… Sabe que eles nunca ma pagaram?” E terminou abrindo o livro e fazendo considerações sobre a obra e os meus sublinhados a lápis. F