Arrábida olhos nos olhos
Ontem, dia 11 de Junho, com a encosta norte da Arrábida à sua direita,
duas dezenas de caminhantes tomaram a direcção da Estrada da Califórnia, num
caminho rural bordejando viçosos vinhedos. Para norte, a visão longa e serena
do Vale do Tejo, com Lisboa em fundo. Para sul, imponente, o mosaico verdejante
da muralha calcária da Serra. No final do estradão de terra batida, que nos
trouxe desde a Estrada da Califórnia, já com o Moinho do Cuco à vista, abriu-se
uma imensa clareira cercada por aprazível arvoredo. Então, do cimo de um
elevado socalco, qual janela panorâmica, espantados e aturdidos por tanta
beleza, olhámos a Arrábida, olhos nos olhos. A Serra desvelou-se, em toda a sua
majestade e grandeza, perante o nosso olhar emocionado.
Nos primeiros seis meses de 2023, o Synapsis palmilhou léguas na
companhia de largas dezenas de caminhantes, apaixonados pela beleza
paisagística e aura mística Serra da Arrábida. Em Fevereiro, calcorreámos os
caminhos do Xico das Saias, inopinado eremita, personagem insólita que
descobriu na Arrábida o seu lugar na Terra; em Abril, subimos às alturas de
Castelo dos Mouros, à beira da entrada para a Mata do Vidal, na senda da
Cadeira de S. Pedro de Alcântara; ontem, numa fresca manhã primaveril, concluímos
as caminhadas do primeiro semestre do ano, rumando à Estrada da Califórnia. Foram
três peregrinações por entre um denso deslumbramento de verdes, uma perfumada
exaltação de odores, num lânguido silêncio, apenas suspenso pelo trinado da
passarada.
Em cada caminhante, pulsa um coração amigo e defensor daquele espaço
único, mágico e irrepetível chamado Serra da Arrábida. Em 13 anos que já
levamos de caminhadas synapsis, conta-se por dezenas as vezes em que a Arrábida
foi lugar escolhido para as nossas deambulações. E por largas centenas os
devotados peregrinos que recolheram ao seio da Serra-Mãe, experienciaram a sua
aura etérea e ficaram aprisionados num doce encantamento e num desejoso
irreprimível de voltar.
Texto de Salvador Peres
Fotos de Maria Antonieta, José Alex Gandum e Salvador Peres
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Escrito nos Livros
Fernando Pinto do Amaral
O Poeta e professor universitário Fernando Pinto do Amaral apresentou o seu novo livro de poesia - "Ultima Vida" - no passado dia 6 de Junho, na Livraria Travessa, em Lisboa. A obra foi apresentada pela editora Cecília Andrade e pelo cronista e crítico literário Pedro Mexia, perante uma assistência de algumas dezenas de pessoas.
O Synapsis esteve presente e destaca um excerto de um dos poemas de Fernando Pinto do Amaral:
"Não sei
o que te digo ou o que te peço
nas horas
oblíquas que me afastam
da fala acidental
da natureza
mas quero ir à
galáxia de onde vieste
abrir tempo no
tempo,
chegar ao fim
do espaço e ver-te agora
mais uma vez,
a última que seja,
por não haver
remédio que compense
esta doença em
guerra..."
"Última
Vida" de Fernando Pinto do Amaral, Publicações D. Quixote, Maio de 2023
A escolha de
José Alex Gandum
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Palavras que não mudaram o mundo
Decreta-se
a extinção dos sexos
Mulheres, Homens! Homens, Mulheres!
Decreta-se
um novo Éden
um
Paraíso mais democrático
sem
diferenças nem semelhanças.
Decreta-se
a extinção dos sexos:
a
mulher será homem e o homem, mulher
e o
que resultar da fusão
será
homem mulher ou mulher homem
ou
mulher mulher ou homem homem.
Decreta-se
que o masculino que existe no feminino
não
dominará o feminino que existe no masculino
e
que o sexo fraco seja indemnizado, fundindo-se no forte
e o
forte penalizado, fundindo-se no fraco
e
que dos dois resulte um sexo nem fraco nem forte
mas
sim indiferenciado, neutro, indistinto
sem
cheiro nem cor nem sabor.
Salvador
Peres
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Lugar à Poesia
O Portugal Futuro – Ruy Belo
Ruy Belo (1933-1978), Homem de Palavra(s)
A escolha de Josete Perdigão (
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A Música que se ouve por cá
Melody
Gardot e António Zambujo
Tema: C´est
Magnifique
António
Zambujo nasceu em Beja. Autor e intérprete contemporâneo é um dos maiores
artistas da língua portuguesa.
Ryuichi Sakamoto
Tema: Merry Christmas, Mr. Laurence
Ryuichi
Sakamoto foi um importante pianista, compositor, produtor e actor japonês. Nasceu no Japão, em 1952, e cresceu
imerso nas artes, porque o seu pai era editor literário. Estudou etnomusicologia e
composição musical. Em 1978, e em conjunto com Haruomi Hosono e Yukihiro
Takahashi, fundou a Banda Yellow Magic Orchestra.
As inovações de Sakamoto ajudaram a lançar
as bases para o synth-pop, música house e hip-hop. Compôs várias bandas sonoras
de filmes, como “Merry Christmas, mr. Laurence” e “Último Imperador”.
Viveu
entre o japão e Nova Yorque, morreu este ano no Japão.
A escolha de Alexandre Murtinheira
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Vai acontecer
17 de Junho – 17 horas – Biblioteca Municipal de Setúbal
A Casa da Poesia ConVida
Uma conversa com Joaquina Soares
17 de Junho – 17h30 – Galeria Municipal do 11
Exposição colectiva de artes plásticas
“Do micro ao macro. Do macro ao micro”
Obras de 13 artistas plásticos
Participação dos synapsianos Ana Isa Férias e Eduardo Carqueijeiro
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Na minha cidade há um Rio
Doca Seca
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