Na alva bruma da Herdade de Gâmbia

 


Numa manhã primaveril, mas com o sol a esconder-se numa bruma alva-cinza, avançámos para mais uma caminhada Synapsis. Desta vez, deixámos que os nossos sentidos se envolvessem na suave e romântica paisagem proporcionada pela Herdada de Gâmbia.




Cerca de vinte caminhantes, acompanhados pelo anfitrião, Francisco Borba, calcorrearam um perímetro de cerca de seis quilómetros por dentro de vinhedos, pinhal e montado, sempre com o espelho líquido do estuário no horizonte A caminhada foi entremeada com algumas paragens técnicas para uma melhor apreciação e compreensão da paisagem em pontos de observação escolhidos pelo nosso anfitrião.



No final da caminhada, já loja da Herdade, os caminhantes foram brindados com um fresquíssimo vinho branco Herdade de Gâmbia, produzido com as castas Moscatel de Setúbal e Fernão Pires.




A Herdade localiza-se a cerca de 9 quilómetros de Setúbal, desenvolvendo-se ao longo da margem direita da Ribeira da Marateca, com uma área de cerca de 600 hectares, integrada na sua totalidade na Reserva Natural do Estuário do Sado. A Herdade desenvolve a sua actividade na gestão do montado de sobro, pinhal manso, vinha e pecuária bovina e ovina.

 

Salvador Peres


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 Buona fortuna bella Venezia

 Não há nada que nos prepare para o impacto da chegada a Veneza. Nem imagens, que abundam na net, nem relatos de amigos e conhecidos, nem as informações que enxameiam as redes sociais. Tudo o que vemos é aquilo que jamais pensámos ver, ultrapassando relatos, crónicas, brochuras turísticas, mapas, documentários. Ao chegar a Veneza, vemo-nos, num repente, metidos até ao âmago num dédalo infindável de canais, ruelas, largos que surgem inesperadamente do nada, um labirinto inextrincável que nos enleia e absorve. Ao deixarmos a Praça de S. Marcos, em direcção ao sinuoso dédalo veneziano, não há horizonte que nos guie. As ruas seguem uma lógica ditada pelo capricho dos canais, sendo impossível antecipar o que vamos encontrar ao virar de cada esquina, ao trepar por cima de cada ponte. Acima das nossas cabeças, apenas rectângulos de céu, azul ou cinza, conforme os humores do tempo. E só nas esquinas das paredes de prédios altaneiros e vetustos os nossos olhos encontram nomes de ruas e largos que nos orientam na direcção escolhida. É fácil perdermo-nos. E é fatal que nos percamos ao início. Mas depois, já familiarizados com o corpo líquido da cidade, é obrigatório que nos deixemos levar pelo desconhecido, pois a cada lance surge aos nossos olhos deslumbrados um novo tesouro, uma igreja, um palácio, uma escultura, uma praça ampla repleta de gente que está ali a sentir-se ali, sem outro objectivo senão ali estar.



Não há veículos automóveis em Veneza, nem bicicletas, nem trotinetas. Só embarcações: gôndolas, vaporettos, iates, ambulâncias, táxis, lanchas da polícia. O trânsito nos canais é intenso e colorido. Tudo se transporta de barco, os turistas, os bens e serviços que alimentam a cidade, abastecendo lojas, levando materiais aos estaleiros de construção que se abrem por todo o lado. Há 150 canais e 400 pontes nas duas ilhas que compõem o corpo principal de Veneza, separadas pelo Canal Grande. Ligam as duas margens as pontes de Rialto, dell´Accademia, degli Scalzi e Calatrava.



Hoje, a ameaça de afundamento de Veneza nada é comparada à ameaça do turismo. Se não afundar naturalmente para o fundo lodoso dos deltas dos rios Pó e Piave, ao ritmo de 2 milímetros por ano, como mostram as imagens de satélite, será submergia à bruta pela vaga avassaladora de milhões de turistas que a demandam anualmente. Um problema que a cidade de Vivaldi, Albinoni, Tintoretto, Varonese e Ticiano terá de resolver para travar a tempo a erosão provocada pelos excessos provocados pelas multidões que a invadem.



Lunga vita e buona fortuna, bella Venezia.

 

Salvador Peres

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Quatro Mulheres e uma Cidade

Numa sala da Casa da Baía repleta, estreou, no passado Sábado, dia 23 de Março, o filme de Alberto Pereira “Quatro Mulheres e uma Cidade”.



O filme é baseado numa ideia original de Dina Barco e roda à volta da história de quatro mulheres com uma intensa actividade em Setúbal, Aguinalda Conduto, Cristina Augusto, Helena Almeida e Paula Pereira.

 


De acordo com Dina Barco, autora do texto, “Da gente anónima que nelas sofre e ri, ganha e perde, sonha e realiza. Gente que, na maior parte do tempo, vive como se não existisse aos olhos dos outros. Quisemos dar forma a alguns desses rostos anónimos. Dar-lhes voz, também.” 

 

Salvador Peres

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Buffalo Suzuky Springs em S. Sebastião

 

Dia 6 de abril, sábado, às 17h30, na Igreja de S. Sebastião, Concerto do Grupo norte-americano Buffalo Suzuky Springs, acompanhado pela pianista Marlene Harrington.


O grupo norte-americano, com sede em New York, possui uma reputação de excelência, quer a nível nacional, quer internacional. O mesmo irá fazer uma digressão por Portugal, sendo que o seu primeiro concerto será na famosa Casa da Música do Porto e o términus da sua digressão, em Setúbal, na Igreja de S. Sebastião.


As reservas de bilhetes podem ser feitas para o endereço de email
isabelmelo15@sapo.pt, ou através do telefone 919521778.

 

Salvador Peres


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 José Afonso e as Gerações de Abril 


José Afonso "vai estar" no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no próximo dia 29 de Março. A "acompanhá-lo" alguns nomes da Geração de Abril: Vitorino, António Salomé, Manuel Freire, Francisco Fanhais, João Afonso e José Fanha, entre outros.


A Casa do Alentejo, em Lisboa, acolheu a música de intervenção


No passado dia 18 de Março, a Casa do Alentejo, em Lisboa, acolheu uma sessão sobre as canções de intervenção em Portugal, com a presença de alguns dos melhores especialistas: João Carlos Callixto, da Antena 1, Eduardo M. Raposo, historiador e escritor, Pedro Tadeu, jornalista, num colóquio moderado pelo editor das Edições Colibri, Fernando Mão-de-Ferro. 

Na sessão fez-se uma viagem pelas canções de intervenção dos anos 60 e 70 do século passado, passando pelas que estavam censuradas antes do 25 de Abril de 1974 até ao período revolucionário dos anos que se seguiram. Curiosamente, a canção de José Afonso, 'Grândola Vila Morena', senha da Revolução dos Cravos, não estava para ser a senha escolhida, mas todas as outras pensadas para senhas da noite de 24 para 25 de Abril estavam censuradas, e seria demasiado arriscado passá-las nessa noite. Recorde-se que 'Grândola Vila Morena' acabou por ser emitida uma hora antes (23 horas do dia 24), depois de algumas atribulações e enganos de bobines, do previsto, nos então Emissores Associados de Lisboa (EAL). Felizmente, isso não foi obstáculo à Revolução. 


Beth Lisbôa expõe na Casa da Guia, em Cascais


Depois de expor na Casa da Baía, em Setúbal, e no Espaço Imperfeito, em Lisboa, a artista plástica setubalense, Beth Lisbôa, inaugurou na passada Sexta-feira, dia 22, uma Exposição na Galeria Rodyner, na Casa da Guia, em Cascais. Para ver até fins de Abril, com entrada livre


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FICHA TÉCNICA

Coordenação Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum

Textos José Alex Gandum e Salvador Peres

Imagens de Alberto Pereira, Filomena Murtinheira, Dulce Pereira, José Alex Gandum e Salvador Peres

Edição de Salvador Peres


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