Uma aguarela na Praça de Bocage - Fixando a transitoriedade do tempo
Nuno David
levou-nos numa viagem pela transitoriedade do tempo. Enquanto pintava, fixando
imagens do tempo presente, o tempo fluía, imparável, numa viagem para um futuro
onde o lugar da pintura e o objecto pintado pertencem a uma outra dimensão e
realidade.
O objecto
da pintura de Nuno David é o edifício que alberga a sede da LASA – Liga dos
Amigos de Setúbal e Azeitão; a data, 21 de Julho de 2023; o lugar, a Praça de
Bocage, em Setúbal.
Nuno
David nasceu em Angola em 1950, mas vive em Setúbal há 45 anos. É engenheiro
agrónomo e foi técnico do Parque Natural da Arrábida. Colaborou na construção
de uma oficina de arte, onde a permuta de ideias e técnicas o alicerçou e
entusiasmou até hoje. Expôs individualmente em Angola e tendo vindo a
participar em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no
estrangeiro.
Na sua pintura utiliza os mais diversos materiais e técnicas como óleo à espátula e pincel, acrílico e pastel, mas é sobretudo na aguarela que mais gosta de se exprimir.
Texto e fotografias de Salvador Peres
Escrito nos Livros
“A Mazurca para dois
mortos”, de Camilo José Cela, publicado em 1983, está na minha estante desde 21
de Setembro de 1988, desde que o comprei, em segunda mão, à então minha colega
de trabalho, Dr.ª Dulce Pessoa, uma das mais profícuas e activas leitoras que
conheci. Tínhamos um trato. Ela comprava tudo quanto se publicava nas edições
portuguesas da grande literatura. Lia os livros, mas não os guardava todos.
Alguns, levava-os num saco enorme para saber do meu interesse em ficar com
eles. Foi assim que comecei a construir a minha biblioteca. Tenho em casa
dezenas de livros comprados dessa maneira. Um deles, é a “Mazurca para dois
mortos”, uma das obras primas do escritor galego, galardoado com o Nobel da
literatura, em 1989. O livro, uma edição da Difel, ficou adormecido na minha estante
durante 35 anos. Só neste Verão de 2023 o comecei a ler. Muitos livros me
passaram pelas mãos ao longo da vida, mas nunca li nada assim.
A acção passa-se na
Galiza rural, durante a Guerra Civil de Espanha. Camilo José Cela imprime à sua
escrita um ritmo e um vigor impressionantes. É uma escrita hipnótica, que não
podemos largar a partir do momento em que iniciamos a sua leitura. Perpassa
pela obra uma grande violência física, sexual, mas tudo numa linguagem em que
as palavras são escolhidas com um rigor e critério só ao alcance de um grande
escritor.
Salvador Peres
Que o mundo está para acabar, não
restam dúvidas: catástrofes, guerras, assassinatos, incêndios, inflação, calor,
muito calor, inundações, inteligência artificial, degelo, desflorestação,
corrupção generalizada, seca, migrações, miséria, droga, fome… O mundo vai
acabar um destes dias, isso é mais que certo. Só não se sabe quando. Nem em que
canal televisivo vai dar em directo e ao vivo.
Salvador Peres
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