e-Vox cantou Miguel de Castro - O Poeta do Amor e da Natureza





e-Vox apresentou, em estreia absoluta, 4 temas musicados sobre 4 sonetos do Poeta Miguel de Castro. O acontecimento ocorreu, no passado Sábado, na Biblioteca Municipal de Setúbal, integrado na evocação/comemoração dos 100 anos do Poeta Miguel de Castro.

Praça de Bocage, Uma coisa amada, Gabriela e A tua rouca voz foram os quatro sonetos musicados. As composições são de autoria de Salvador Peres, com arranjos para piano eléctrico de Alberto Pereira.

A evocação do Poeta foi uma organização da Universidade Sénior de Setúbal, do Synapsis e do BPMS. O acontecimento, com coordenação e moderação de Fátima Ribeiro de Medeiros, contou com a participação de Avelino de Sousa, José Teófilo Duarte, Maria do Carmo Branco e Américo Pereira.









 Synapsis 15 anos - Um espaço de cidadania e expressão artística





Miguel de Castro

Uma breve Biografia


 Miguel de Castro é o nome literário de Jasmim Rodrigues da Silva. Nasce em Valadares, Vila Nova de Gaia, a 13 de janeiro de 1925, e falece em Setúbal, a 16 de maio de 2009. É o terceiro de seis filhos de Margarida Rodrigues de Oliveira e de Manuel Rodrigues da Silva. Tem Jasmim nove anos de idade quando o pai, trabalhador da União Eléctrica Portuguesa, é transferido para a cidade de Setúbal, para onde se muda com a família. Pouco depois de se instalarem na cidade, a mãe é acometida de febre tifoide, vindo a falecer. Jasmim nunca mais sairá da cidade do Sado que adotará e por quem será adotado sem reservas, sendo um dos seus ilustres e queridos filhos.

Feita a instrução primária e não se mostrando interessado em continuar a estudar, Jasmim vai trabalhar com o pai como ajudante de eletricista. As longas horas de ócio, proporcionadas pelos intervalos entre os diferentes trabalhos, dão-lhe muito espaço para a leitura, hábito que fora crescendo em casa, com a ajuda dos livros que o pai lhe trazia. De leitor primeiro curioso, depois exigente, Jasmim começa a transmitir as suas emoções para o papel, transformando-as em poesia. Esses poemas, escritos a partir dos onze anos, de grande ingenuidade, sem preocupações literárias ou estéticas, ajudá-lo-ão a construir a sua voz de poeta.

Na segunda metade da década de 1940, já a ocupar outras funções dentro da empresa, Jasmim vai um dia fazer as férias de um colega de Azeitão a quem pede para ser apresentado a Sebastião da Gama. O encontro com o poeta de Serra Mãe mudará todo o seu percurso criativo. Entre eles nasce uma grande amizade, centrada no amor de ambos pela poesia. Um dia, quase a medo, Jasmim mostra a Sebastião alguns poemas. Este, surpreendido pela positiva, considera de imediato estar diante de um grande poeta. Nos encontros frequentes que mantêm falam sempre de poesia. Sebastião incentiva-o, aconselha-o. Recomenda-lhe também que mude de nome, sugerindo-lhe Miguel de Castro e assim, a partir daí, Jasmim Rodrigues da Silva passa a ser o poeta Miguel de Castro. É já com este nome literário que assina em 1949 vários poemas publicados em O Setubalense. Aos 23 anos, e a conselho de Sebastião, matricula-se no Externato Frei Agostinho da Cruz e faz o quinto ano liceal. Entretanto, ainda em 1948, vira publicado, na secção “Antologia de Revelações”, do Diário Popular, o seu primeiro poema, “Romantismo”, assinando ainda como Rodrigues da Silva.

Grande leitor, Miguel mantém até ao fim da vida o gosto por ler bons poetas, os clássicos, os da sua geração, os novos e os novíssimos. É esse prazer que o leva a colaborar, a partir de 1963, com Carlos Ferreira no Grupo de Teatro Ribalta. Com o grupo organiza e participa em diversas sessões de poesia e trabalha ativamente na organização dos jogos florais de poesia preparados por aquela instituição. No Ribalta, Miguel de Castro conhece Maria Alice Ferreira e casam a 1 de maio de 1965. Maria Alice é desde então a companheira e cúmplice do poeta. No ano seguinte, nasce-lhes a única filha, Elsa. No grupo cénico, além de participar nas atividades relacionadas com poesia, Miguel de Castro colabora ainda como ator na peça «5º Mandamento», de Carlos Tomás Cebola, que sobe ao palco do Cineteatro Luísa Todi a 8 de outubro e a 12 de novembro de 1964. Em julho de 1966, integra o elenco de «A Mordaça», de Alfonso Sastre, em tradução de Egito Gonçalves. Dentro e fora do palco convive com Carlos Ferreira, Maria Clementina Pereira, Fernando Guerreiro, Carlos Rodrigues, Odete Santos, entre outros.

Não sendo muito extensa, a sua obra publicada é marcante. Em 1950 publica o primeiro livro, Fruto Verde, e vê alguns dos seus poemas editados em publicações hoje de referência, como Távola Redonda, por influência direta do autor de Serra Mãe. A Mansarda, o seu segundo livro, data de 1953. É dedicado aos pais e a Sebastião da Gama, falecido em 7 de fevereiro de 1952. Ambos os títulos são edição de autor. Nas décadas de 1950 e 1960, vai publicando poesia na imprensa e põe-se à prova, concorrendo a diversos jogos florais, ganhando desde primeiros prémios a menções honrosas. Além da colaboração com Távola Redonda, aparecem poemas assinados por Miguel de Castro em publicações como Bandarra, Colóquio Letras, Diário de Lisboa, Artes e Letras, O Setubalense, entre outras. Em 1990 é publicado Terral, com prefácio de David Mourão-Ferreira, em edição de José Teófilo Duarte que a partir daí será o seu editor, publicando em 1993 Sinfonia do Cu, dedicado a Luiz Pacheco. Em 2002 é editado o volume Os Sonetos e em dezembro de 2013, surge um conjunto de poemas inéditos intitulado De Silêncios e de Sombras, numa parceria entre José Teófilo Duarte e a Casa da Cultura de Setúbal. Em 2014, em julho, Teófilo Duarte reúne poemas de um grupo de poetas ligados a Miguel de Castro e produz uma brochura de homenagem ao poeta, Hoje que a Solidão já não me Pesa (um verso de Miguel), integrando a sua apresentação na II Arruada de Livros Culsete.

Miguel de Castro relacionar-se-á com diversas personalidades da cena literária portuguesa, como David Mourão-Ferreira, António Osório, Matilde Rosa Araújo, António Manuel Couto Viana, Luís Amaro, Maria Rosa Colaço, Sérgio Só, César Pratas, Luiz Pacheco, Helder Moura Pereira, Viriato Soromenho Marques. Nas últimas décadas de vida estreitará laços de amizade com Manuel Pereira Medeiros, Fátima Ribeiro de Medeiros, Ascênsio de Freitas, José Teófilo Duarte. Entre outros, analisaram e comentaram a sua poesia David Mourão-Ferreira, Fernando J. B. Martinho, Viriato Soromenho Marques, Avelino de Sousa, Manuel Pereira Medeiros, Fátima Ribeiro de Medeiros.

Ao longo do tempo, vão-se realizando várias sessões públicas de homenagem ao poeta. Em 3 de outubro de 1987, na 16.ª Assembleia do Clube, o Lions Clube de Setúbal, homenageia Miguel de Castro. Em março de 1998, a delegação setubalense da APPACDM faz-lhe uma homenagem pública, sendo Manuel Pereira Medeiros convidado a fazer o comentário da sua obra poética. Em 14 de junho de 2002, Miguel de Castro é convidado a abrir o ciclo de encontros «O gato adormeceu na palavra», realizados na Biblioteca Municipal de Setúbal e coordenados por José Teófilo Duarte. Em 21 de março de 2004, o poeta é um dos convidados da sessão «Três poetas e uma mentira», organizada por Manuel Medeiros, na Biblioteca Municipal de Setúbal, a propósito do Dia Mundial da Poesia. Em 2013, a UNISETI organiza uma sessão de leitura expressiva de poemas de Miguel de Castro, sendo a poesia lida por Américo Pereira e Maria Alice Silva, entre outros. Em 2009, após a sua morte, é atribuído o seu nome a uma praceta da cidade e, em 1914, o poeta é agraciado postumamente com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, na classe de Cultura.

Como seu desejo, após o falecimento, o poeta é cremado, sendo as suas cinzas depositadas na Serra da Arrábida.

Fátima Ribeiro de Medeiros


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O futuro dos jornais em debate


A Hemeroteca Municipal de Lisboa foi palco na semana passada de um debate sobre o futuro dos jornais impressos, com a presença do sociólogo José Pacheco Pereira, da jornalista Maria João Martins, do responsável pela Hemeroteca, Álvaro Costa de Matos, com moderação de Edite Guimarães. 

E a conclusão a que se chegou foi que o futuro dos jornais impressos é dramático. Álvaro Costa de Matos referiu alguns números de tiragem de alguns jornais, sendo que o histórico Diário de Notícias não está a vender mais do que mil exemplares por dia. Melhor desempenho tem o Público, com cerca de 10 mil exemplares vendidos diariamente (tem 48 mil assinantes da sua plataforma online) e mesmo o Correio da Manhã não vai além de 31 mil exemplares, apesar de ser um diário com grande circulação em sociedades recreativas, cafés e bares mais tradicionais.

Perante uma "onda de deslumbramento tecnológico", segundo Pacheco Pereira, "o papel continua a ter uma grande vantagem sobre o online, que é o poder tocar e folhear". Por isso, para este investigador, os jornais impressos não irão desaparecer, apenas terão de se adaptar aos novos tempos de interesse e de atenção pelos "novos" leitores. E deu o exemplo de jornais que já o fizeram: o Washington Post e o New York Times, nos Estados Unidos da América.


Texto e foto: José Alex Gandum


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AGENDA




Casa da Poesia realiza Noite de Fados

 

A Associação Casa da Poesia de Setúbal vai realizar uma NOITE DE FADOS, enquadrada na atividade POESIA (EN)CANTADA, no dia 22 de Maio, pelas 21h00, na sede da Avenida Luísa Todi.

Marcações para os números:

965 654 283 /967 379 709


João Abreu Completo




Fundação Gulbenkian apresenta

Temporada 2025/2026

 

A Fundação Calouste Gulbenkian apresenta no próximo dia 22, pelas 18 horas, a  programação para a Temporada 2025/2026 com o seguinte programa:

18:00 / Abertura - Risto Nieminen e Fredrik Andersson

18:05 / Filme - Exibição do filme de apresentação da Temporada 25/26

18:45 / Encerramento - Cocktail e entrega da brochura da Temporada 25/26

Entrada livre. Saiba mais em: https://shorturl.at/mLZnb

 

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Estão aí as Festas de Lisboa

Câmara apresenta programa dia 20

 

A Câmara Municipal de Lisboa vai apresentar no dia 20, pelas 18h30 horas, o seu programa de Festas para os próximos meses. A cerimónia vai realizar-se na sede da Câmara, na Praça do Município, e vai contar com a presença da Orquestra de Câmara da GNR, os D.A.M.A, Carminho e João Pedro Pais.


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FICHA TÉCNICA

Coordenação Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum

 Textos de Fátima Ribeiro de Medeiros, José Alex Gandum e Salvador Peres

 Imagens de Dulce Pereira, José Alex Gandum e Salvador Peres

 Edição de Salvador Peres




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