JACIRA DA CONCEIÇÃO I BADIA - Nova exposição temporária no MAEDS
JACIRA DA CONCEIÇÃO I BADIA
Nova
exposição temporária no MAEDS
24 de Abril, 11h00
MAEDS- Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de
Setúbal
Visitável gratuitamente até 21 de Agosto, de
Terça a Sábado: 9h00-12h30/14h00-17h30.
Visitas guiadas para famílias e pequenos
grupos com o número máximo de 7 pessoas, com marcação prévia através dos nºs
telefónicos: 265239365/939553004.
COM A TERRA DE CABO VERDE
Jacira da Conceição é portadora de
uma herança cultural aprendida com as oleiras de Trás di Munti do interior da
ilha de Santiago, saber-fazer ao serviço de uma visão feminina da existência,
sustentada pela grande deusa-mãe, senhora da terra e da fertilidade. Quando
olhamos o conjunto das obras expostas, não podemos deixar de sentir um prazer
quase táctil perante a forma perfeita da taça que aguarda a refeição
comunitária em seu estar sem tempo definido, a lembrar tempos de festa, os
potes voluptuosos da abundância, nus ou vestidos de adornos tingidos de branco,
de óxido estanífero, e as figuras femininas que carregam o mundo à cabeça.
A imagem de mulher, transportando
à cabeça os bens que o nomadismo permite, e os filhos no dorso por caminhos
improváveis está sublimada no trabalho de Jacira da Conceição e é um hino à heroica
resiliência da mulher, mas também à sua decisão inabalável de lutar contra a
desigualdade de género.
As formas são montadas pela
prístina técnica do rolo, o que não seria suposto face à simetria perfeita e
grande escala de algumas das peças. Almagrada e brunida, “acepillada” ou não
alisada, deixando perceber a textura rugosa do barro, cada peça é única e concebida
através de intervenção gestual. No diálogo íntimo das mãos da artista com a
argila nasce a obra, depois vem o momento da comunicação com os outros e de
multiplicação do sentido original...
“Jacira
da Conceição nasceu há 31 anos na localidade de Chão Bom, Ilha de Santiago,
Cabo Verde. [...] Aprendeu a amassar o barro, a modelar, a fazer todos os
trabalhos da tradição da olaria do interior da Ilha de Santiago. [...] Em 2009,
viajou pela primeira vez para fora de Cabo Verde. Deslocou-se a Fortaleza, no
Ceará, Brasil. Foi como se renascesse, como se o mundo se revelasse. Tinha a
ideia de dar a volta à América do Sul em bicicleta, e assim o fez [...].
Aprendeu com as mulheres do Quilombo as formas e técnicas específicas da sua
olaria. Considera que estes foram dos dias mais lindos que experienciou até
hoje [...]. Atualmente vive em Montemor-o-Novo, Portugal, com a família e
acredita que se consegue aprender, também consegue fazer, e, se consegue ambas
as coisas, então tem tudo o que precisa para continuar a sua caminhada [...].”
Organização: MAEDS - Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal / AMRS - Associação de Municípios da Região de Setúbal e MDM - Movimento Democrático de Mulheres.
Artista: Jacira da Conceição.
Curadoria: Joaquina Soares.
Uma excelente partilha de outros lugares e outros sentires, que no fundo são de todos nós. Parabéns a todos os intervenientes.
ResponderEliminarExcelente perspectiva fotográfica e documental do "Floripes Rosa", num grande registo do Salvador. Parabéns
ResponderEliminarPromete bastante, esta exposição! Vivenciar interessantes experiências e moldá-las na arte do barro, como tão bem descreve Joaquina Soares, será uma boa oportunidade aproveitarmos essa partilha! Parabéns a todos!
ResponderEliminarParabéns ao Salvador Peres pela magnífica fotografia, tão representativa da doca setubalense.
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