Yoga: saúde física, mental e emocional

Josete Maria Santos Perdigão é praticante e entusiasta de Yoga há muitos anos. Numa colaboração com o blog Synapsis começou por traçar uma panorâmica sobre a origem do Yoga e o significado do seu termo. Fez depois uma viagem histórica mencionando as características e as etapas da actividade, recorrendo às designações originais de cada etapa, e referindo ainda a importância para a saúde em geral da prática regular de Yoga através de uma série de itens fáceis de interpretar e compreender. Em jeito de conclusão refere também algumas das normas fundamentais da prática de Yoga.

 

União entre indivíduo e Cosmos 

O termo Yoga significa união, entre o indivíduo e o Cosmos, união da saúde física, mental e espiritual. A sua origem é na Índia (era conhecido pelo povo Drávida que habitava os vales do Rio Indo), há mais de 6000 anos.

Patañjali estruturou o ensino do yoga em degraus. Desses degraus ou etapas fazem parte, não apenas os ÁSANA ou posições psicobiofísicas (sétimo degrau), o mais visível e conhecido desta filosofia de vida, por serem autênticas esculturas corporais, que fortalecem o corpo físico e o mental, mas também os Nyama (8º degrau) que são 5 regras individuais e os Yama (9º degrau) regras do indivíduo para com a sociedade.

As restantes etapas são as seguintes: Pránáyáma – exercícios respiratórios de influência energética e neurovegetativa; o Pratyáhara – abstração dos sentidos (o virar para o interior) ; Dháraná – concentração contínua; Dhyána – meditação pelo controlo da frequência das ondas mentais; Sabíja Samádhi – implosão da suprema consciência e Nirbíja Samádhi – iluminação ou suprema consciência intelectiva contínua.

Efeitos sobre todos os órgãos do corpo

A prática regular de Yoga tem efeitos sobre todos os órgãos, tecidos e aparelhos (respiratório, circulatório, digestivo, excretor, seletor e sexual), aumento da imunidade, passando pelo equilíbrio, a tonicidade e a conservação da energia. 

Neste sentido, nas aulas de yoga trabalha-se todo o corpo físico e mental, através de Ásana de pé, semi-erguidos, sentados, deitados e invertidos /anti-gravíticos. 

 

Com a construção e progressivo domínio da cada posição (Ásana), visa-se:

- o fortalecimento e alongamento dos músculos e dos tendões;

- o fortalecimento ósseo, a funcionalidade e a flexibilidade das articulações e dos ligamentos;

- o equilíbrio endócrino/hormonal, neurológico e a saúde psicobiofísica;

- a desobstrução dos canais energéticos e eliminação das toxinas; 

- o intenso estímulo cerebral, o domínio do corpo pela mente;

- uma forte irrigação cerebral e a lucidez

- o vigor e a resistência física, a estabilidade e o equilíbrio.

Além disso, praticar Yoga contribui para a evolução pessoal, extraindo o melhor de cada ser humano.  Permite trabalhar a autossuperação e a atenção, a autoconfiança; a mentalização positiva, o fortalecimento da vontade, a projeção da consciência e o treino da concentração.

Ao aplicarmos os ensinamentos do Yoga na vida quotidiana, aumentamos a capacidade de enfrentar situações difíceis, de forma mais serena, lúcida e arguta, mais rigorosa e com menos stresse.

Bem-estar e tranquilidade

A prática regular de Yoga, de preferência, ao ar livre, desencadeia o bem-estar, induz ao relaxamento e ao bom sono, a uma progressiva tranquilidade, traduzidos no sorriso constante.

Existem normas aplicadas aos Ásana, como o início seguindo o modelo humano da circulação sanguínea, efetuam-se primeiro para o lado esquerdo, depois, com igual permanência para o lado direito; a respiração é nasal; a permanência molda o corpo e é exponenciadora do ser humano e o relaxamento permite aprender a relaxar em tensão.

 

Texto e fotos: Josete Maria Santos Perdigão

Os Nyama e os Yama