"A Prophecia ou a Edificação do Convento de Jesus" obra apresentada por João Reis Ribeiro

Esta semana referência à apresentação da obra "A Prophecia ou a Edificação do Convento de Jesus", em Setúbal, da autoria de Henrique Freire, um fac-símile da iniciativa da LASA, e que contou com a presença de João Reis Ribeiro (que apresentou a obra), Francisco Borba e André Valente Martins, Presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

Esta semana ainda uma sugestão de visita aos Moinhos Vivos, na Serra do Louro, em Palmela, padaria onde se faz do melhor pão da Península de Setúbal, e que escapou por um triz aos triste incêndio que assolou grande parte da região de Palmela há poucos dias.




"A Prophecia ou a Edificação do Convento de

 Jesus", de Henrique Freire




 

A LASA (Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão) publicou um fac-símile de romance sobre a fundação do Convento de Jesus. Foi no passado dia 21 de Julho e a obra foi apresentada pelo Professor João Reis Ribeiro, e com a presença de Francisco Borba e de André Valente Martins, Presidente da Câmara Municipal de Setúbal. 

Na altura João Reis Ribeiro referiu que "Em 1864, Henrique Freire tinha 22 ou 23 anos (1841 ou 1842 - 1908) e, desde os 18, andava pelos jornais de Setúbal - primeiro, n’ O Improviso (que acabou em 1859), depois n’O Correio do Sado, onde conviveu com João Correia Manuel de Aboim (1819 - 1861), lisboeta que se radicara em Setúbal e teve ampla participação na imprensa sadina. Em 1864, Henrique Freire tinha conhecimento bastante de Setúbal, onde vivia desde a infância, nascido que fora na Trafaria, tendo-lhe permitido esse conhecimento participar na imprensa e publicar uma pequena monografia intitulada O rei e o soldado - Facto histórico do reinado do Senhor Dom Pedro V, livro que viu a luz do dia em 1862".

"Nesse mesmo ano de 1864, em Lisboa, nos prelos da Imprensa Sousa Neves, saía, assinado por Henrique Freire, o romance histórico de pouco mais de 130 páginas intitulado A Profecia ou a Edificação do Convento de Jesus, acrescentado da indicação “tentativa histórica setubalense”. Título e subtítulo remetiam de imediato o leitor para um tempo de finais do século XV e para um texto que não pretendia historiar, antes ser uma “tentativa histórica”, algo sugerindo o percurso entre uma narrativa e os factos históricos locais."

concluir, um desejo: “Que inteiro ou destruído, esse templo conserve sempre vestígios do antigo poder deste reino; é uma página de pedra do livro das nossas tradições.” E, para que dúvidas não restassem e incorrendo num apelo de consciência cívica, remata: “Eis os sinceros votos que fazemos em prol do Mosteiro de Jesus da cidade de Setúbal que a piedade ergueu há trezentos e setenta anos: praza a Deus nos não façam ainda um dia lançar um brado de reprovação contra os homens sem coração e sem crenças que tem reduzido a ruínas quase todos os monumentos do país.” Advertência, é verdade, importante para o apelo à intervenção e defesa do património, uma marca que também preocupou os românticos e que foi determinante para a cultura oitocentista. Esta obra de Henrique Freire, partindo de uma profecia cuja veracidade é discutível, pretendeu ser uma voz de defesa e de promoção da cultura local, eivada de todas as marcas do tempo em que foi escrita, fazendo coabitar figuras da nobreza e populares, exaltando o carácter testemunhal e a responsabilidade dos cidadãos. Uma história que, ao glorificar esta “página de pedra”, é um belo hino em honra do Convento de Jesus!

Sendo hoje uma obra rara, a LASA assumiu a publicação de uma edição fac-similada desta obra, respeitando as dimensões do volume original, numa tiragem de 300 exemplares.

Com esta iniciativa, a LASA pretendeu associar-se à reabertura do Museu de Setúbal - Convento de Jesus, que aconteceu no final de 2020.

Escrita na segunda metade do século XIX, esta narrativa, sobre a qual se publica texto nesta edição da Revista LASA, recua ao tempo de lançamento da primeira pedra para a construção do Convento de Jesus, caracterizando a vida da vila sadina desse tempo através do olhar de Oitocentos, sendo interessante a maneira como o território de Setúbal é visto nos finais dos séculos XV e XIX.




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MOINHOS VIVOS, na Serra do Louro, em Palmela 

A excelência do Pão


Mesmo depois do dramático incêndio que ocorreu na zona de Palmela há dias, ou mesmo por isso, impõe-se uma visita à padaria Moinhos Vivos, que escapou do fogo por um triz. A variedade e a qualidade de pão é sempre muita, e o acolhimento é sempre afável. 



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