Pensar o futuro da Terra e sugestão de visita à Batalha

É melhor "irmos tratando bem da Terra antes que a Terra acabe por tratar de nós". Este é um conselho/alerta que nos deixa esta semana o texto de Salvador Peres. Texto que faz uma resenha histórica dos últimos milhões de anos da Terra e que se refere às maleitas que os hominídeos têm infligido a este Planeta... "Os hominídeos, esses seres dotados de grande inteligência, mas de pouco senso, somos nós"!

E o Blog Synapsis volta às sugestões de viagens e visitas: desta vez destaca a Batalha, concelho no centro do país cheio de história e de património. Sugestões ainda de onde ficar e onde comer. Boa semana para todos os leitores.


Antes que a Terra trate de nós



Portugal tem a sua costa atlântica numa das linhas de fractura, onde se começou a separar, há cerca de 300 milhões de anos, o super-continente Pangeia. Dessa mole imensa, rodeada por um vasto mar a que se convencionou chamar Pantalassa, duas massas gigantes divergiram, criando, a norte, a Laurásia (actuais América do NorteEuropaÁsia e Ártico) e, a sul, o Gondwana (actuais América do Sul, África, ÍndiaAustrália). Hoje, um extenso oceano separa-nos do continente americano. Mas, tempos houve, no processo de deslocamento das placas tectónicas, em que nos separava apenas uma estreita toalha de água. O afastamento seguiu o seu curso inexorável e continua, sem descanso, apartando terras que outrora foram um mesmo espaço geográfico.

Por essas épocas remotas, em pleno Paleozoico, compreendido, aproximadamente, entre há 542 milhões e 251 milhões de anos, deu-se início a um tempo definido pela erupção da vida nos mares. Pelo fim do Paleozoico, que marca a passagem da Era Paleozoica para a Mesozoica, ocorreu uma extinção maciça, a maior da história da vida na Terra, que extinguiu aproximadamente 90% de todas as espécies animais marinhas, provavelmente resultante de um período de aquecimento global.



Outros eventos de aquecimento global foram marcando a vida da Terra ao longo da sua longa história, tendo esta sofrido mutações climáticas globais de grande amplitude. A Terra passou já por períodos em que o clima era muito quente, com alguns graus acima da temperatura média actual, e muito frio, devendo ter desaparecido por completo, ao tempo, o gelo que cobria as montanhas e as zonas polares.

Claro está que esses acontecimentos, todos fruto de causas naturais, ocorreram antes do aparecimento dos hominídeos e do advento da história. Os hominídeos, esses seres dotados de grande inteligência, mas de pouco senso, somos nós. E o hominídeo do topo da escala, o Homo sapiens, que evoluiu para o homem moderno, só precisou de cerca de 400 mil anos para se apoderar do clima e fazer dele, em duas centenas de anos, o que as mudanças climáticas, concebidas pela natureza, levaram milhões de anos a gerar. A escala das mudanças que levam ao aquecimento global terá passado do milhão de anos para a centúria?

Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, tendo em vista que a análise estatística do clima apenas foi iniciada por finais do século XIX. Dizem a prudência e o bom senso, contudo, que é mais avisado irmos tratando bem da Terra antes que a Terra acabe por tratar de nós.

 

Salvador Peres

6 de Agosto de 2022


************************************************************

******************************************


Que haja BATALHA... 

mas só de nome 




O concelho da Batalha, no Centro de Portugal, junta alguns dos mais importantes monumentos da História de Portugal. Destaque para o Mosteiro de Nossa Sra. da Vitória, que data do século XIV, e que é conhecido normalmente por Mosteiro da Batalha, sendo ainda Património Mundial da UNESCO.

A Batalha é um concelho rico em património, tradições lendas e curiosidades, um local a conhecer, em especial no Verão. As Festas da Batalha realizam-se este ano de 12 a 15 de Agosto. O blog SYNAPSIS sugere uma visita à Batalha, destacando o Hotel S. Jorge para estadia, o Mosteiro do Leitão para quem gosta de comer bem ou a Casa Brogueira para uma tosta mista ou outra.







****************************************
*************************




Comentários

  1. Boas sugestões, Alex!
    Não muito longe da Batalha está o Centro Interpretativo de Aljubarrota onde poderemos saber um pouco mais sobre a célebre batalha

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Arrábida olhos nos olhos

Uma aguarela na Praça de Bocage - Fixando a transitoriedade do tempo

Na alva bruma da Herdade de Gâmbia