Vila Viçosa - Encanto e Poesia & Poesia para Comer

 Esta semana, o Blogue Synapsis destaca:

- Vila Viçosa – Encanto e Poesia

É uma das mais vistosas, serenas e aristocráticas vilas alentejanas. Basta franqueá-la para percebermos porque é chamada de Vila Viçosa. O notável enquadramento da Avenida da República, ladeada de frondosas laranjeiras, encimada, a nascente, pelo majestoso castelo e, a poente, pela Igreja de São Bartolomeu, leva-nos a evocar os presépios da nossa infância.

Crónica e fotografia de Salvador Peres

- LAPSO GALERIA inaugura duas exposições

“Pausa”, de Iana Ferreira e “Caminhar Para Desenhar Não Cansa”, de Jorge Leal. No próximo Sábado, dia 10 de Setembro, entre as 16h00 e as 19h00, na Rua Arronches Junqueiro, 126 em Setúbal.

- Feira do Livro de Lisboa 2022

Pelo terceiro ano consecutivo, Josete Perdigão estará na 93.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, no próximo dia 10 de Setembro, no Stand D44, a convite da Editora Chiado, pertencente ao Grupo editorial Atlântico.

- Escrito nos Livros - Poesia para comer

“Caril de Frango e Camarão”. Um poema de Fernando Antunes.

Do livro “Sensações”. Centro Cultural Português em Bissau/Instituto Camões, 2006

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Vila Viçosa – Encanto e Poesia

É uma das mais vistosas, serenas e aristocráticas vilas alentejanas. Basta franqueá-la para percebermos porque é chamada de Vila Viçosa. O notável enquadramento da Avenida da República, ladeada de frondosas laranjeiras, encimada, a nascente, pelo majestoso castelo e, a poente, pela Igreja de São Bartolomeu, leva-nos a evocar os presépios da nossa infância.


Terra aristocrática, foi em Vila Viçosa que os duques de Bragança mantiveram, durante séculos, até à Proclamação da República, as suas propriedades e o imponente Paço Ducal. É em Vila Viçosa que se pode visitar o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição, com a imagem original com a coroa de Portugal, recebida das mãos do rei D. João IV, passando, daí em diante, a padroeira e rainha de Portugal.


Terra de uma da maiores figuras da poesia portuguesa, Florbela Espanca, lá nascida a 8 de dezembro de 1894, é autora de uma obra de grande qualidade e profundidade, sobrevoando os seus belos versos o amor, o erotismo e a feminilidade. Poesia que o músico Luís Represas imortalizou compondo sobre o poema “Ser Poeta”:

 

Ser poeta é ser mais alto

É ser maior do que os homens

Morder como quem beija

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do reino de Aquém e de Além-Dor

 

(…)

 

E é amar-te, assim, perdidamente

E é seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente

 


O Alentejo reserva-nos estes lugares encantados, que proporcionam ao visitante uma viagem por um espaço e tempo onde se sorve um ar límpido e se banha o espírito da beleza e tranquilidade que há muito se perdeu nas grandes cidades.

 

Salvador Peres


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LAPSO GALERIA inaugura duas exposições

“Pausa”, de Iana Ferreira e “Caminhar Para Desenhar Não Cansa”, de Jorge Leal. No próximo Sábado, dia 10 de Setembro, entre as 16h00 e as 19h00, na Rua Arronches Junqueiro, 126 em Setúbal.


Sobre os artistas

Ruth Iana Ferreira, nasceu em 1971 em Heidelberg (Alemanha), vindo para Lisboa em 1975, onde vive atualmente. Frequenta a Escola Artística António Arroio e forma-se na área de Imagem do Curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema. Faz o Mestrado pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa, tal como o Doutoramento em 2020, tendo como tema os Ambientes Luminosos. 

Trabalha há trinta anos em Imagem na produção de Cinema. Fez direção de fotografia de curtas-metragens, entre as quais ‘A Piscina’ (2004), que co-realiza, com estreia na competição da 61ª Bienal de Veneza.

Já participou como assistente de imagem em mais de três dezenas de longas-metragens e telefilmes e cerca de duas dezenas de curtas-metragens. Durante este período trabalha com realizadores e diretores de fotografia nacionais e internacionais.

Desde 2008 é docente da área de Imagem na Escola Superior de Teatro e Cinema.


Jorge Leal nasceu em Lisboa em 1975, onde vive e trabalha. Licenciado em arquitetura pela FCTUC, Coimbra. Estudos de pintura e desenho no Ar.Co., Lisboa. Doutor em desenho pela FBAUL. Investigador de desenho no CIEBA. Docente de desenho na ESAD, Caldas da Rainha e Nextart, Lisboa.

Expõe regularmente desde 2005 em instituições e espaços privados. Está representado na coleção da Fundação EDP/MAAT, coleção Figueiredo Ribeiro, coleção Joaquim Ferro e coleções privadas (Portugal, Espanha, França, Bélgica, Inglaterra e Alemanha). 

Desde 2012, o seu trabalho está centrado no desenho e na interrogação dos seus elementos constituintes, no registo do quotidiano, na paisagem, no mundo natural, nos corpos, assim como na integração da escrita no desenho. Os mais de 250 cadernos de desenho que guarda no seu ateliê comprovam a centralidade na sua prática artística. 

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Feira do Livro de Lisboa 2022

Pelo terceiro ano consecutivo, Josete Perdigão estará na 93.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, no próximo dia 10 de Setembro, no Stand D44, a convite da Editora Chiado, pertencente ao Grupo editorial Atlântico.

O seu projeto é fruto de dois anos e meio de trabalho, detalhado e atento, sobre o uso do portefólio individual como forma de estimular nas crianças do 1.º ciclo a criatividade, a autonomia e a observação atenta do mundo, registando as suas aprendizagens formais e, sobretudo, as informais. Este trabalho resulta da sua visão como professora e mãe.

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Escrito nos Livros - Poesia para comer


Caril de Frango e Camarão

 

Um frango gordo que seja pica no chão

mais quilo e meio de bom camarão

duas cebolas, meio litro de leite de coco

q.b. azeite de oliveira, louro, sal pouco

 

Põe a refogar a cebola finamente picada

no azeite de oliveira, sem mais nada

depois os pedaços de frango a alourar

de seguida o caril, mexe para não pegar

 

Um pouco de água fervente deves provir

vinte minutos para o frango quase cozer

os camarões descascados deita a seguir

e o leite de coco, cinco minutos a ferver

 

Está este pitéu em fogo lento, vai mexendo

cheira, prova, rectifica a gosto em crescendo

noutro recipiente com água abundante e sal

coze o arroz simplesmente, assim, tal e qual

 

O caril de frango e camarão bem quente

numa travessa funda vai à mesa. Ao lado

o arroz branco, e para beber toda a gente

um bom vinho verde branco, bem gelado


“Caril de Frango e Camarão”. Um poema de Fernando Antunes.

Do livro “Sensações”. Centro Cultural Português em Bissau/Instituto Camões, 2006.






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