Ars rosae ou a arte de rosear: O sopro subtil da Poesia em tarde outonal
Esta semana, o Blogue Synapsis destaca:
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Ars rosae ou a arte de rosear: O sopro subtil da Poesia em tarde
outonal
A synapsiana Sara Loureiro lançou, ontem, dia 6 de Novembro, o livro de
poesia Ars rosae ou a arte de rosear. Em tarde outonal, numa sala
repleta da Casa da Baía, em Setúbal, Sara Loureiro deu a conhecer o seu recente
trabalho poético, uma obra inspirada e surpreendente, num registo intimista,
mas de braços abertos ao mundo, inovador pelas abordagens inesperadas, pela
audácia e pela força tranquila que dele sobressai.
Texto
e fotografias de Salvador Peres
- Os teatros à italiana de Lisboa: Nuno David
expõe no Ministério da Educação
O
synapsiano Nuno David, que pinta de forma magistral, empregando diversas
técnicas, designadamente a pintura a óleo, a acrílico, mas que é em aguarela
que mais gosta de se expressar, cedeu gentilmente dez telas suas para uma
exposição temática, patente no Ministério da Educação (Direção-Geral da
Administração Escolar - DGAE), a meu convite.
Texto
e fotografias de Josete Perdigão
- Cevide, a aldeia onde começa Portugal
Cevide pertence à freguesia de Cristoval,
concelho de Melgaço e é o ponto mais a Norte de Portugal. É a aldeia que acolhe
o marco número 1 da fronteira com Espanha entre as margens do rio Minho e do
rio Trancoso.
Texto e fotografias de Rosário Pereira
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Escrito nos Livros
A
grande força do pensamento – e também por vezes a sua crueldade – é
precisamente esta sensação de estar desamarrado de tudo: no preciso momento em
que alguém nos pede ajuda urgente, podemos estar a pensar nas férias de neve
que nos esperam. A crueldade – o afastamento em relação ao Outro – começa
claramente nesta máquina absolutamente egoísta que é o pensamento.
“Atlas
do Corpo e da Imaginação”, Gonçalo M. Tavares
A
escolha de João Coelho
- Palavras que não mudaram o Mundo
No
país havia consenso quanto ao problema. O governo, após leitura atenta dos
jornais, também estava ciente e solidariamente preocupado com o problema. O
Conselho de Ministros marcou a primeira reunião de avaliação para um sábado de
manhã, tendo feito a primeira comunicação ao país, após o encontro, o
secretário de estado dos Assuntos Pendentes de Identificação.
João Coelho, Novembro de 2022
- Na minha cidade há um Rio
Uma nova rubrica do Blogue Synapsis focada
no Rio Sado, em múltiplas abordagens através da palavra, da fotografia, da
pintura e do desenho.
Esta semana, uma pintura de Alberto
Pereira. Uma imagem da plácida Doca das Fontaínhas. Lugar de atracação e repouso
de embarcações, mas também lugar de partidas e chegadas dos viajantes que atravessam
o Sado entre Setúbal e Tróia.
Pintura de Alberto Pereira. Texto de Salvador Peres
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Ars rosae ou a arte de rosear:
O sopro subtil da Poesia
em tarde outonal
A synapsiana Sara Loureiro lançou, ontem, dia 6 de Novembro, o livro de poesia Ars rosae ou a arte de rosear. Em tarde outonal, numa sala repleta da Casa da Baía, em Setúbal, Sara Loureiro deu a conhecer o seu recente trabalho poético, uma obra inspirada e surpreendente, num registo intimista, mas de braços abertos ao mundo, inovador pelas abordagens inesperadas, pela audácia e pela força tranquila que dele sobressai.
Elisa Costa Pinto, no Prefácio do livro escreve:
“A poesia, liberdade livre, não pede mapa de leitura, porque cada
poema é uma casa aberta à interpretação, um abrigo pronto a acolher viajantes,
tacteantes ou experimentados, uma varanda sobre o invisível. Mas na cidade que
é o livro, cada casa-poema é também um universo comunicante de onde emergem os
fios da malha tecida pelo autor e oferecida ao leitor.”
Na sessão, houve um especial momento que gostaríamos de destacar. A
autora convidou alguns amigos para uma leitura em grupo. Numa das leituras, sentiu-se
a comoção e o encanto na sala quando se ouviram estas palavras:
“Ela atrasou-se. Ele também.
Ela estava a 7500 anos-luz da Terra.
Compreende-se.
Ele vinha dos confins do universo.
Também se compreende.
Ela uma estrela.
Ele um quasar.
(…)
E o universo não tem pressa.
Tem a sua voz.
A sua vez.
Mas falhar encontros? Isso nunca jamais cai bem.
Em lugar algum do universo.”
O livro prende e encanta o leitor. A Sara soube manejar as palavras e
dar-lhes um sentido poético, profético, profundo:
“Haja luz. Cumpriu-se o primeiro.
E houve luz tanta
tão intensa inesperada
que deu origem à milenar cegueira
de que muitos não conseguiram sair.”
Sara Loureiro, Ars rosae ou a arte de rosear, Edições Colibri, 2022
Texto e fotografias de Salvador Peres
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A
exposição, subordinada ao tema “Os teatros à italiana de Lisboa”, está, desde
dia 3 de novembro, patente no hall do edifício da DGAE. Tem merecido a
visita de docentes e os maiores elogios, dado o interesse pela temática e o seu
cariz didático.
Texto e imagens de Josete Perdigão
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Cevide, a aldeia
onde começa Portugal
Cevide pertence à freguesia de Cristoval, concelho de Melgaço e é o ponto mais a Norte de Portugal. É a aldeia que acolhe o marco número 1 da fronteira com Espanha entre as margens do rio Minho e do rio Trancoso.
É uma localidade que acarreta um grande significado ou não fosse aqui o início de Portugal. Guarda também muitas histórias, entre elas, a do contrabando, que era feito através de um caminho estreito, designado por caneja, que conduzia os contrabandistas até ao rio onde podia ser feita a travessia para o outro lado. O contrabando trazia muito movimento a esta aldeia raiana, pois era a principal fonte de rendimento. Os produtos passados de um lado para o outro eram o tabaco, o café, o azeite, o bacalhau e as bananas. Para recordar estes momentos foi colocada uma escultura no largo que dá acesso ao rio.
Hoje, Cevide, é uma aldeia pacata, mas muito visitada por
turistas de todo o mundo, não só pela beleza dos bosques e caminhos ladeados
por muros de pedra, mas também para conhecerem o marco número 1 de Portugal e a
pequena ponte de madeira que une a margem espanhola à margem portuguesa. Os
acessos estão facilitados por um pequeno passadiço completamente inserido na
natureza e a ponte com a sinalização dos dois países, é o pormenor que completa
a beleza desta aldeia.
Quando se chega a Cevide, é-se recebido pelo Mário Monteiro, um conterrâneo que cresceu nesta aldeia e a conhece como ninguém. É quase obrigatório falar com ele e conhecer a típica adega que foi a casa dos seus avós. Somos convidados a entrar neste pequeno mundo cheio de história onde nos perdemos no tempo a ouvi-lo falar, com o coração, deste pequeno, mas imenso lugar.
Na adega do Mário, como gostei de apelidar, pode-se comprar um fantástico vinho elaborado por ele em conjunto com a quinta do Soalheiro. Este vinho tem características únicas e só pode ser adquirido nesta adega. Ao fazê-lo também se está a contribuir para o projeto do Mário que se baseia na promoção de Cevide.
Como não podia deixar de mencionar, ou não fosse eu a “Cansar as Botas”, aqui em Cevide pode-se fazer vários trilhos, um deles a rota do contrabando, mas para isso o melhor é falar com o Mário, pois ele vai nos acompanhar e contar toda a história que envolve esta rota.
Nesta aldeia também passa o Caminho Minhoto Ribeiro, um caminho histórico que une a cidade de Braga a Santiago de Compostela num total de 265 quilómetros. Um caminho oficial de peregrinos onde se podem observar paisagens incríveis.
Fica aqui o link do Facebook onde se pode acompanhar o projeto do Mário e recolher informações para uma visita a esta aldeia minhota.
https://www.facebook.com/groups/cevide
Texto e fotografias de Rosário Pereira
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Escrito nos Livros
A grande força do pensamento – e também por vezes a sua crueldade – é precisamente esta sensação de estar desamarrado de tudo: no preciso momento em que alguém nos pede ajuda urgente, podemos estar a pensar nas férias de neve que nos esperam. A crueldade – o afastamento em relação ao Outro – começa claramente nesta máquina absolutamente egoísta que é o pensamento. Sem pensamento – faça-se o exercício absurdo -, o homem estaria permanentemente envolvido na relação com o exterior, ligado ao exterior. Pensar - exercer o ato do pensamento - pode ser entendido como desligar-se do mundo. Os animais (supondo nestes uma ausência de percurso interior lógico, o que não está de todo confirmado), pobres de mundo interior estão por completo fora de si próprios; ligados, portanto, unicamente ao que os rodeia.
Separamo-nos
mais facilmente do mundo porque pensamos.
E neste pensamento a capacidade para construir ficções - mundos por vezes ainda mais complexos do que o exterior - é a capacidade suprema de desligação. Para quê dedicar-me, então, ao que me rodeia? Para quê agir de acordo com esse único exterior quando posso agir em diálogo com os inúmeros possíveis interiores?
“Atlas do Corpo e da Imaginação”, Gonçalo M. Tavares
A escolha de João Coelho
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Palavras que não mudaram o Mundo
No
país havia consenso quanto ao problema. O governo, após leitura atenta dos
jornais, também estava ciente e solidariamente preocupado com o problema. O
Conselho de Ministros marcou a primeira reunião de avaliação para um sábado de
manhã, tendo feito a primeira comunicação ao país, após o encontro, o
secretário de estado dos Assuntos Pendentes de Identificação. Foi assumida a gravidade do problema, a sua
grande complexidade, e reiterada a firmeza do governo em resolvê-lo
rapidamente. Decidiram logo ali nomear uma comissão, convenientemente
remunerada para ser imune a influências externas. Realizada a primeira reunião, num luxuoso
hotel dos arredores da capital, surge a primeira grande decisão estratégica da
comissão. Foi decidido lançar um concurso internacional para uma correcta e
completa identificação do problema, estabelecendo como prévio, um concurso
limitado, de âmbito nacional, para selecção da empresa de consultadoria que
iria apoiar a comissão, que apoiaria o governo, no processo de selecção dos especialistas
que iriam estudar o problema.
João
Coelho, Novembro de 2022
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Na minha cidade há um Rio
Uma
nova rubrica do Blogue Synapsis focada no Rio Sado, em múltiplas abordagens
através da palavra, da fotografia, da pintura e do desenho.
Esta
semana, uma pintura de Alberto Pereira. Uma imagem da plácida Doca das
Fontaínhas. Lugar de atracação e repouso de embarcações, mas também lugar de
partidas e chegadas dos viajantes que atravessam o Sado entre Setúbal e Tróia.
Pintura de Alberto Pereira. Texto de Salvador Peres
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