Isto agora vai!

Esta semana, no Blogue Synapsis

 

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Crónica de estima e bem-dizer

Isto agora vai!

Salvador Peres


 Na Espuma dos Dias

Congo - Um Mundo Esquecido

Banda desenhada Henrique e Duarte Gandum

 José Alex Gandum

 

O meu Cristo Partido

Teatro na Igreja de S. Sebastião

A sugestão de Isabel Melo

 

Escrito nos Livros

A Trilogia de Nova-Iorque, de Paul Auster

A escolha de Salvador Peres

 

A música que se ouve por cá

Fauré e Michelle Zauner

A escolha de Alexandre Murtinheira


Palavras que não mudaram o mundo

Já fui ver o mar

Salvador Peres

 

Na minha cidade há um Rio

Caminhos da Água

Diná Lopes Peres


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Crónica de estima e bem-dizer

Isto agora vai!


Manique I, “o Outro”, sucedeu a Deolinda IV, “a Flausina”, no ano da graça de dois mil e tal, mais coisa menos coisa. De repente, tudo o que parecia estar mal na cidade, aparentou ficar bem. Tudo isto ocorreu de supetão, de um dia para o outro, tal não é o fascínio e o karma de Manique I, “o Outro”, que transforma em ouro tudo o que toca.

Foram lançadas obras de vulto, adiadas durante anos por Deolinda IV, “a Flausina”, que era danada para anunciar projectos que nunca viam a luz do dia.

Iniciou-se a tão ansiada pintura do estuário do Sado, que passou a ser verde e branco, em homenagem ao clube da terra e mandou-se plantar salicórnia e poejo nos joviais socalcos abertos na Arrábida pela cimenteira.

Mudou-se a lógica de trânsito na cidade e deixou-se definitivamente de se conduzir em marcha-atrás. Agora, quem segue de nascente para poente, pode seguir em frente de costas para nascente. Mas quem inverter o sentido numa das rotundas, dando a ilharga direita a sul, sai-lhe a lotaria ao levar com o poente nas costelas até ao limite oposto ao sentido da marcha. Um achado!

O Túnel de Vento, sito no largo do cantor, mandado erigir pelo autarca de boa memória, Matraca III, o “Besugo”, foi derretido e transformado nos dois mil parquímetros espalhados pela cidade. O largo do cantor deixou de ser lugar de feiras e romarias para se transformar num moderno espaço de tumulto sonoro, com carrinhos de choque e barraquinhas de venda de bifanas e churros.



Na praça do Poeta, famosa pelos felídeos que se equilibram no telhado da casa das artes, foi desmantelada a pala em ferro e madeira que foi erradamente erigida na zona mais nobre da cidade. O malogrado trambolho tinha sido destinado, por Deolinda IV, “a Flausina”, a servir de cais de desembarque dos cruzeiros que iriam demandar a cidade. Só depois de montado, se viu que ficava entalado, sem razão ou préstimo, num recanto da praça. Como ainda não há cruzeiros a demandar a cidade, lançou-se o estorvo ao rio, onde está a servir de berçário aos cefalópodes que medram alegremente até serem abocanhados em travessas de choco frito.

Manique I, “o Outro”, está numa fúria de anúncios de realizações. Esperam-se grandes feitos e aparatosas inaugurações. Murcham alguns cidadãos por terem perdido de vista os nababos asiáticos, prometidos por Deolinda IV, “a Flausina”, que vinham por esse estuário acima cheios de cheta e maquetas para encher a cidade de empreendimentos turísticos. Mas, está prometido, o trambolho que dorme no fundo do rio será em breve içado para terra para desembarcar paletes de turistas que vão acudir à prometida marina.

Isto agora vai!

Texto e fotografia de Salvador Peres


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Na Espuma dos Dias

Congo - Um Mundo Esquecido


Lançamento do novo livro de Henrique e Duarte Gandum

Congo - Um Mundo Esquecido - edição definitiva

4 de Março, 18 horas, na Livraria Legendary Books em Lisboa

 


'Congo - Um Mundo Esquecido - edição definitiva', o último livro de Banda Desenhada de Henrique e Duarte Gandum, vai ser apresentado no próximo dia 4 de Março, pelas 18 horas, na livraria Legendary Books, em Lisboa. 


Henrique Gandum e Duarte Gandum são irmãos e começaram a aventurar-se nos livros de BD em Dezembro de 2017. Desde aí lançaram dois volumes da saga Congo (as aventuras e desventuras de exploradores portugueses no fim do século XIX nas florestas inexpugnáveis do Congo), 'Amélia', dedicado às odisseias de uma enfermeira na mesma época história, e agora, a pedido de vários fãs, apresentam a edição definitiva do Volume I de Congo, uma obra onde a história se mantém mas o traço e a apresentação aparecem melhorados e aumentados.

A entrada é livre.

Texto e fotos de José Alex Gandum


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Na Espuma dos Dias

O meu Cristo Partido

A peça de teatro “O Meu Cristo Partido” vai estar em exibição na Igreja de S. Sebastião, no dia 4 de Março, pelas 18h30. A peça de teatro é baseada no livro, com o mesmo nome, do escritor e padre jesuíta, Ramón Cué. O livro é uma das obras mais destacadas da sua bibliografia, contando com várias edições e adaptado, como um monólogo, para teatro e televisão.

As reservas de bilhetes devem ser feitas para os Amigos da Paróquia de S. Sebastião, através dos telefones: 265 523 051 ou 919 521 778.

A sugestão de Isabel Melo


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Escrito nos Livros

A Trilogia de Nova-Iorque, 

de Paul Auster


Editado em 1985, A Trilogia de Nova Iorque é um dos seus trabalhos mais saudados e representativos da obra de Paul Auster, reunindo três contos: Cidade de Vidro, Fantasmas e O Quarto Fechado.

Os contos têm em comum enredos sustentados no modelo do romance policial, mas não se esgotam na simples resolução de enigmas. Eles são utilizados como ponto de partida para uma reflexão acerca da solidão, da transitoriedade, da tensão e da frustração das relações humanas nos centros urbanos contemporâneos, em particular as dos ambientes nova-iorquinos, onde a acção decorre.

Paul Benjamin Auster nasceu em Newark, Nova Jérsia, Estados Unidos da América, a 3 de Fevereiro de 1947. É autor de best-sellers como Timbuktu, O Livro das Ilusões, A Noite do Oráculo e A Música do Acaso.   

Antes de mais há o Blue. Mais tarde virá o White, depois o Black, e antes de começar há o Brown. Brown domou-o, ensinou-lhe o ofício, e quando Brown envelheceu, Blue substituiu-o. É assim que começa. Passa-se em Nova Iorque, nos tempos presentes, e nenhum destes aspectos alguma vez mudará. Blue vai todos os dias para o seu escritório e senta-se à sua secretária, à espera que aconteça alguma coisa. Durante muito tempo nada acontece, mas depois um homem chamado White entra pela porta, e á assim que tudo começa.

“A Trilogia de Nova Iorque”, de Paul Auster

A escolha de Salvador Peres


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A música que se ouve por cá

Fauré e Michelle Zauner


Slide Tackle, de Michelle Zaumer         

Banda: Japanese Breakfast

Nome do álbum: Jubilee

Michelle Zauner nasceu a 29 de Março de em 1989 e tem a dupla nacionalidade coreana e norte-americana. Michelle Zauner é conhecida como a vocalista líder da música pop/rock alternativa e é autora compositora das suas músicas. Com este álbum, o terceiro a ser editado, foi nomeada para dois Grammy: primeiro, como melhor jovem artista; o segundo, como melhor álbum de música alternativa.   

https://youtu.be/0-EMiEpXLJg




Ave Verum, de Gabriel Fauré

O tema para audição, Ave Verum, é um pequeno hino eucarístico, datado do sec. XIV, musicado ao longo dos tempos por vários compositores.                    

Gabriel Fauré nasceu a 12 de Maio de 1845. Para além de compositor exerceu, outras profissões: organista, pianista e professor de Francês. Foi um dos compositores mais proeminentes da sua geração. A música de Fauré tem sido descrita como uma ligação entre romantismo e modernismo. O tema para audição revela doçura, harmonia e um coro de vozes femininas, maravilhosas e subtis.

https://youtu.be/5TYKVCRwCUM

A escolha de Alexandre Murtinheira

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Palavras que não mudaram o mundo

Já fui ver o mar

O mar é a única coisa que vejo. O resto não conta. Projecto no mar todos os meus sonhos e ilusões e se um dia partir, será para lá que parto, rumo a ilhas por desvendar, envoltas num nevoeiro eterno, tão eterno que persiste a despeito do anticiclone dos Açores e das massas de ar quente das fornalhas do norte de África. Gosto do mar visto de todos os ângulos, lugares, prismas e perspectivas. Gosto do mar que se espraia numa enxurrada pachorrenta de azul, desde Troia até ao infinito; gosto do mar que afocinha cavernoso contra as falésias da Arrábida, gosto do mar que vem rolando em cambalhotas esbranquiçadas até às praias de Porto Covo. Gosto do mar português e de todos os mares do planeta, que são, à sua maneira, também portugueses.

Salvador Peres

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Na minha cidade há um Rio

Caminhos da Água



Fotografia de Diná Lopes Peres

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