O Largo que já foi Passeio do Lago
O Largo José Afonso, pela sua feliz localização e longa história, deveria ser um dos polos mais qualificados da cidade de Setúbal. Infelizmente, não é. A despeito de um desajeitado auditório, sem graça nem préstimo, que lhe construíram junto ao belíssimo lago, que já deu nome ao Largo, o espaço continua a ser um depósito de eventos ruidosos e abarracados.
Não se compreende que, tendo sido
afastada dali a centenária Feira de Santiago, com o pretexto de que não fazia
mais sentido ter um empecilho ao trânsito e um arraial de carroceis e barracas
de bifanas e farturas num dos centros mais nobres da cidade, se autorize,
agora, que ali se realizem acontecimentos em tudo idênticos aos da falecida Feira,
que, entretanto, se mudou para as Manteigadas nos arrabaldes da cidade.
O Largo deve, hoje, o seu nome a uma figura maior da música moderna portuguesa, o cantor e compositor José Afonso. Mas teve, ao longo da sua história, outras designações. No século XIX, quando o Sado andava perto, havia um extenso areal, a Praia da Saúde, frequentado pelos setubalenses para se banharem nas águas frescas e límpidas do rio. Junto à praia desenvolvia-se um imenso e nobre espaço a que então se chamava Passeio do Lago, mais tarde denominado Parque das Escolas.
O Passeio do Lago era um
amplo e muito frequentado passeio público, ladeado por árvores frondosas,
concentrando a meio um refrescante lago com uma bela fonte ornamental de onde jorrava
a frescura da água. Os passeios públicos eram espaços de convívio das gentes da
cidade, que aproveitavam a frescura do arvoredo e os murmúrios das águas das
fontes para respirarem esses oásis de paz tão necessários para se viver em
harmonia com o bulício de uma grande cidade. Américo Ribeiro, o notável
fotógrafo setubalense, imortalizou em fotografia a imagem idílica do lago e das
áleas de arvoredo que o circundavam.
O Largo José Afonso merece
ser olhado e tratado de outra maneira. É
tempo de se pensar num aproveitamento mais digno para aquele espaço. O largo
tem um imenso potencial para se tornar num lugar privilegiado para usufruto da
cidade e dos milhares de turistas que a visitam. É premente levar dali de vez eventos
que nada trazem de benefício à cidade e dar ao Largo José Afonso a sua antiga e
feliz vocação de passeio público, onde os setubalenses possam usufruir de um
espaço saudável e harmonioso na vizinhança do seu Rio.
Salvador Peres
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Frei Miguel Loureiro
25 anos de serviço à comunidade setubalense
A
comunidade da Igreja Franciscana de Nossa Senhora dos Anjos, em conjunto com a
Ordem Franciscana Secular (Ordem Terceira) e muitos Amigos, realizou no
Domingo, dia 25, um almoço de celebração dos 25 anos de Serviço à comunidade
setubalense, de Frei Miguel Fragôso de Castro Loureiro.
Mas,
sobretudo, agradeceram-lhe pelo sorriso caloroso e compreensivo com que nos
acolhe, nos ouve ou nos aconselha. Por estar lá sempre quando precisamos
dele e pela sua comunhão com o Outro, com todos, nas preocupações, nas dores e
também nas alegrias!
Bem-haja
pelo muito que tem dado de si à comunidade e a cada um de nós ao longo da sua
caminhada que esperamos continue a fazer connosco em Setúbal.
Texto: Maria Helena Mattos
Fotografias: Alberto Pereira
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Em homenagem a Frei Miguel Loureiro
Nuno David pinta Cântico das Criaturas de S. Francisco de Assis
O pintor Nuno David associou-se à homenagem a Frei Miguel Loureiro
pintando temas alusivos ao Cântico das Criaturas, de S. Francisco de Assis.
São 12 pinturas em técnica mista (100mm/150mm) glosando os seguintes temas: Sol, Lua, Estrelas, Vento, Ar, Nuvens, Água, Fogo, Terra, Natureza, Tempo e Vida (em vez de Morte).
Todos conhecemos os pontos nevrálgicos da História de Portugal, um dos mais
antigos estados-nação do mundo, casa paterna de um dos idiomas mais falados no
planeta e paciente assaltado por recorrentes crises de auto- estima. Mas
saberemos das zonas cinzentas? Das pequenas histórias? Dos episódios passados
na sombra dos acontecimentos ditos históricos? Ao longo de 15 histórias que
encerram muitas outras dentro si, contamos a pequena História de Portugal, a
versão menos conhecida dos factos, tal como foi vivida pelos reis portugueses,
não esquecendo alguns daqueles que, tendo nascido em Portugal, reinaram longe
do solo pátrio, ou outros que, não sendo formalmente reconhecidos como tal,
foram para o povo, em determinadas circunstâncias e lugares, verdadeiramente
reis. Da ante-câmara espiritual e cultural do reino fundado por Afonso
Henriques aos ecos que ainda ressoam nos nossos dias. Da intimidade torturada
de soberanos confrontados com o destino às grandes vitórias nacionais. Este é
um lado B possível da nossa História. E a História não é o que aconteceu. É a
razão de estarmos aqui e agora, da forma como aqui e agora estamos.
Respigado da Bertrand
Alexandre Borges nasceu em Angra do Heroísmo e vive em Lisboa. É escritor e argumentista, licenciado em Filosofia e formador de Argumento.
A escolha de Diná Lopes Peres
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Palavras
que não mudaram o mundo
Ad Maiorem
Dei Gloriam
Subi ao
Céu num Sábado e vi Deus sentado rindo-se de mim.
Perfeito
na Sua grandeza nem notou a minha tristeza.
Lá de cima
vi a Terra a meus pés, com oceanos e tudo;
E Deus em
lágrimas rindo, mudo.
Quieto,
fiquei à espera de um gesto Seu;
Ele
rebolou-se a rir, mas por mim não deu.
Abri as
mãos, supliquei;
Virou-me
as coisas, não sei que intenção pôs em tal;
Mas
caiu-me mal aquele gesto Celestial.
Desci do
Céu já era noite e dei comigo a fugir;
Lá, não há
quem se afoite; muito menos quem se acoite;
Sobrevoa-nos
a voz num açoite quando se põe a rir.
Salvador
Peres
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Na minha cidade há um Rio
Contraponto
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Vai acontecer
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