A Exposição "A ESPIRITUALIDADE DA ARRÁBIDA" inaugura dia 9 de Setembro
É sabido que as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) foram instituídas por iniciativa do Papa João Paulo II, a 20 de dezembro de 1985, e anunciadas numa Carta Apostólica aos jovens do mundo inteiro.
A cada dois ou três anos ocorre o Encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, e desde a sua 1ª edição, na cidade de Roma em 1986, já teve lugar em 14 países. Porém, em Lisboa, a 16ª edição foi incomparavelmente marcante. Tocou católicos, ateus, agnósticos, céticos e não crentes. Porque o Papa Francisco tem esse poder agregador e cativante. Em palavras claras, atualíssimas e de uma enorme lucidez, abordou todos os temas de que é preciso falar, apelando à reflexão, incentivando a ação dos jovens, mas também dos governantes, de todos, com todos, para todos, mesmo todos!
Desencadeou uma onda de entusiasmo, de fé, de alegria e agitou consciências. Sorriu, na maioria dos encontros com a multidão multicultural que o presenteou com o refrão que admite uma dupla interpretação - “Esta é a Juventude do Papa!”
Com simplicidade e decisões de grande generosidade, esforçou-se por chegar a cada um, saudou, questionou, agradeceu, renovou a fé e a Igreja que se acreditava estar envelhecida.
Foram mais de 150 nacionalidades unidas, numa partilha belíssima, de cores, línguas, músicas, danças, orações, emoções, abraços fraternos.
Plenos de significado, foram rebatizados parques e jardins emblemáticos de Lisboa, com designações apelativas e carregadas de simbologia: a Cidade da alegria, contendo um Campo do perdão, ruas com nomes de capitais do mundo, a Colina do encontro e o Campo da Graça, num convite permanente à participação de todos numa experiência de paz, partilha e união.
Peregrinos vindos do mundo inteiro foram acolhidos em centros paroquiais, pavilhões gimnodesportivos, colégios, associações culturais ou famílias, que abriram as portas para os receber durante uma semana memorável.
E, numa atmosfera de festa, mas também de enriquecimento cultural, decorreu, em paralelo, o Festival da Juventude que contou com um conjunto de eventos culturais, religiosos e desportivos, protagonizados pelos participantes da JMJ, fruto da sua criatividade e empenho.
Música, Cinema, Exposições, Teatro, Dança, Desporto, Conferências, Eventos Religiosos e visitas a Museus, aconteceram por toda a capital, num convite a uma geração determinada a construir um mundo mais justo, mais solidário, mais bonito!
Parabéns Papa Francisco! Parabéns portugueses! Parabéns jovens e menos jovens do mundo inteiro que vieram até Lisboa, Setúbal, Santarém, Fátima. Bem Haja por acreditarem que é possível um coração novo para a Humanidade. ”Se dilatarem o coração, vão pôr em ordem as vossas vidas”, aconselhou o Papa Francisco.
Texto e fotos de Josete Perdigão
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Filme “A Vida dos Outros”
De Florian Henckel von Donnersmarck
Destaco um filme que vi recentemente, “A Vida dos Outros”, Das Leben der Anderen, do realizador alemão Florian Henckel von Donnersmarck, estreado em 2006. Nos principais papéis, Ulrich Muhe, Martina Gedek e Sebastin Koch. Um filme magistral, cuja acção se passa na antiga República Democrática Alemã (RDA), quatro anos antes da queda do muro de Berlim. O filme conta a história do agente Gerd Wiesler, da Stasi, polícia secreta da RDA, que recebe a missão de espiar, 24 sobre 24 horas, um dramaturgo da RDA, Georg Dreyman, que aparentemente é conivente com o regime e nada tem a esconder. Acontece que a namorada de Georg Dreyman, Christa-Maria Sieland, uma famosa actriz e uma mulher de grande beleza, é cobiçada por um ministro do regime. Este, para tirar do caminho o rival, o dramaturgo Georg Dreyman, manda espiá-lo a ver se encontra algo com que o possa incriminar.
Filme intenso, onde se retrata os últimos anos de um regime corrupto, obsoleto, desumano, torpe e decadente, que espiou, prendeu e torturou os seus cidadãos até à queda da URSS.
“A Vida dos Outros”, visto pela crítica como uma obra-prima do cinema alemão, obteve, em 2007, o Óscar para o Melhor Filme Estrangeiro. É considerado o melhor filme sobre o regime que governou a RDA ao tempo da URSS.
Salvador Peres
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CENTENÁRIO
Urbano Tavares Rodrigues
PALAVRAS QUE NÃO MUDARAM O MUNDO
Perdidos nesta bruma de modernidade
Sob esta bruma de modernidade que se adensa a cada dia que passa, já não me chega a velha bússola de escuteiro e perco-me nesta excitação de novidade permanente que se exibe nas montras mediáticas.
O GPS também não ajuda muito, pois só me leva para destinos pré-determinados pelo satélite e engana-se muitas vezes. Quando não se engana, leva-me a lugares já impressos há muito nos guias turísticos.
Parece já não existirem destinos que não tenham sido fotografados milhões de vezes. Lugares que escapem à gula voraz do clique da câmara fotográfica. Mas o mundo lá se vai esquivando ao enlace mortal desta frivolidade mediática. Até quando? Não sei.
Descobrir um lugar onde não esvoace o olhar electrónico das redes sociais é o maior desafio dos nossos tempos. E encontrar pessoas que ainda resistam a esta espécie de virose mediática é como procurar uma agulha no palheiro.
O mundo que conhecemos afoga-se num tsunami implacável de vulgaridade, feito de selfies a solo, em grupo, de braço esticado ou com stick. Narciso mira-se neste espelho de modernidade, definhando, enamorado de si mesmo. E o mundo perde-se dentro de si próprio numa bruma de modernidade que se replica e multiplica até ao infinito.
Salvador Peres
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