O relógio da torre da Lota - Nova curta-metragem de Alberto Pereira
O relógio da torre da
Lota
Nova curta-metragem de Alberto
Pereira
Após
a estreia de três filmes sobre a temática da Arrábida e dois dos seus poetas
mais representativos, Sebastião da Gama e Frei Agostinho da Cruz, “Serra de
Agostinho”, “Itinerário – o meu caminho até Sebastião da Gama” e “Dias de
Silêncio”, está em processo de montagem “O relógio da torre da Lota”, a nova
curta-metragem de Alberto Pereira. O realizador desenvolve mais este trabalho
em parceria com Salvador Peres, autor do guião. A personagem do filme, Leandro,
é interpretada pelo declamador João Completo.
A
história desenvolve-se em Setúbal, à beira-rio, e tem início ao som da batida
das dez horas da noite: O relógio da torre da Lota tinha batido as
dez da noite. O Rio, empurrado para a nascente pela enchente imparável que
subia do oceano, refulgia, com as luzes da cidade reflectidas nas suas águas
tranquilas. O ar fresco e húmido trazia consigo os odores da Primavera que chegara
na véspera.
O narrador, Leandro (João Completo), revisita o seu mais marcante lugar de
memória: O que ali acontecera, muitos anos atrás, escoara-se pelo funil do
tempo e perdera-se para sempre. Restavam as memórias de Leandro. As duas almas
que se uniram naquele local, acreditando estar a gerar algo de eterno e
indestrutível, há muito que se haviam separado. E a comunicação entre elas, forte
e vibrante, que no passado se processava como que por magia, cessara por
completo.
No esplendor de uma noite primaveril, Leandro, tocado pela magia do Sado,
com as luzes da cidade reflectidas nas suas águas, vai discorrendo as memórias:
O relógio da torre da Lota marcava, agora, dez e trinta da noite. O Rio,
impelido para montante, pela corrente infatigável do oceano, resplandecia.
Leandro quedou-se ali, mirando o firmamento, sorvendo, num pasmado
encantamento, o intenso aroma da maresia. E lá longe, muito longe, cintilava o
Cruzeiro do Sul, testemunha eterna daquelas fugidias recordações.
O filme é uma produção Synapsis e terá legendagem, em língua inglesa, de
Marta Peres.
Texto de SP
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e-Vox prepara-se para cantar José Afonso
Tomar
balanço para cantar José Afonso, eis o desafio que o e-Vox se propõe
desenvolver por finais de 2023 e inícios de 2024. Não será tarefa fácil abordar
aquele que é consensualmente considerado como o melhor compositor e intérprete de música ligeira portuguesa.
Na
forja, para um longo trabalho de harmonização e adaptações, estão temas como Balada
de Outono, Canção de Embalar, O cavaleiro e o anjo, Vejam
bem, Cantigas do Maio, Mulher da Erva, Maio maduro Maio,
Era um redondo vocábulo, Que amor não me engana, Venham mais
cinco, Coro dos Tribunais, Os índios da Meia-Praia e De
sal de linguagem feita.
As
músicas seleccionadas para o reportório do concerto fazem parte dos álbuns “Cantares
do Andarilho”, de 1968, “Cantigas do Maio”, de 1971, “Venham mais cinco”, de
1973, “Coro dos Tribunais”, de 1974, “Com as minhas tamanquinhas”, de 1976,
“Fura Fura”, de 1979 e “Fados de Coimbra e Outras Canções”, de 1981. Um
percurso de grandes composições de grande riqueza melódica e poética que
atravessa quase três décadas, desde finais dos anos sessenta, aos inícios dos
anos de oitenta.
A
par deste novo projecto, o e-Vox continuará a trabalhar o seu reportório
musical e poético sobre os três poetas do arco de Setúbal, Azeitão e Arrábida:
Bocage, Sebastião da Gama e Frei Agostinho da Cruz. E o seu amplo programa
instrumental, em grande parte preenchido com composições que serviram de temas
para os filmes de Alberto Pereira, com guião de Salvador Peres, “Serra de
Agostinho”, “Itinerário – o meu caminho até Sebastião da Gama” e “Dias de
Silêncio”.
Texto de SP
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A Banda
Desenhada volta à Amadora
Aí está de novo o maior e mais importante Festival de Banda Desenhada realizado em Portugal. Entre os dias 19 e 29 de Outubro os fãs de BD ou os simples interessados neste tipo de literatura - cada vez com mais adeptos - podem visitar o certame na cidade da Amadora.
O blog
SYNAPSIS sugere o lançamento do novo livro de Miguel Peres e Majory Yokomizo,
"A Foz do Esquecimento" e as últimas novidades dos Irmãos Gandum,
Henrique e Duarte, que vão abrir um pouco do leque do próximo volume da saga
'Congo', ambos os eventos agendados para a tarde do próximo dia 22 de Outubro.
Texto de José Alex Gandum
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Córdoba - Uma cidade que não se esquece
Visitar esta
grande cidade da Andaluzia, é embrenharmo-nos num mundo de gentes, sabores,
cheiros e de história.
Apesar do calor intenso que se fez sentir, as características arquitectónicas de cada ruela, travessas, pátios e vielas, tornavam-nas bem frescas e autênticos refúgios, contra o ar abafado e quente.
As ruas do
centro histórico são deslumbrantes. Cada rua é um museu, uma obra de arte. Não
há janela, varanda ou balcão que não tenha flores que se debruçam sobre as
paredes, com as suas cores bem garridas. O ocre dos edifícios que contam
histórias milenares, confunde-se com o verde das plantas, nas pequenas esplanadas.
A melhor forma
de conhecer uma cidade é de mochila às costas, garrafa de água, sapatos de
ténis e pormos pernas ao caminho.
Caminhando,
sentimos o pulsar desta densa urbe histórica.
Os pátios a
cada esquina são quadros, as ruas velhas e gastas dos caminhantes seculares,
são pedras vivas de história, os sons da mesquita, os sinos das igrejas, o
cheiro das esplanadas, os sabores da gastronomia islâmica, bem presente, as
gentes de mil nacionalidades que se cruzam… é impossível descrever o que se
sente.
Uma cidade,
onde a multiculturalidade se faz presente, através da influência milenar das
culturas, romana, islâmica, judia e cristã.
Do saboroso
salmorejo, à ponte romana, dos pátios tradicionais de San Basilio ao Alcázar
dos Reis Cristãos, da acolhedora Judiaria à inevitável mesquita, um exemplo
ímpar da fusão entre a cultura islâmica e cristã, não falta o que fazer em
Córdoba, tal a quantidade de motivos de interesse na cidade.
Córdoba merece
a nossa visita, pelo facto de ser a única cidade do mundo com quatro
locais classificados como património da Humanidade.
Por muitos
locais onde vá, este é um daqueles locais que nunca se esquece, onde, lado a
lado, a arquitectura árabe e europeia se encontra numa harmonia perfeita.
Texto e fotografias de Alberto Pereira
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