Andy Warhol revisitado

 


O pintor Eduardo Carqueijeiro revisitou Andy Warhol numa sessão integrada no ciclo “Um pintor, um filme”, na Casa da Cultura, promovida pela associação “50 Cuts”.



Americano, nascido em Pittsburgh numa família de operários de imigrantes eslavos, Andrew Warhola, tornou-se conhecido como Andy Warhol (1928–1987).

Warhol foi um dos principais impulsionadores da Pop Art, embora não tenha inventado o género, possuía uma visão única.

Conscientemente, ou não, percebeu como as mudanças na sociedade refletiam um deslumbramento da arte pela BD, cinema, televisão e publicidade.

Previu e tirou partido da atual ordem económica neoliberal. Antecipou a natureza descartável do nosso dia a dia e o relevante papel dos media.



A personagem adotada por Warhol, o enigmático da peruca branca, poderá ser interpretada como uma estratégia astuta de imagem, mas também como uma espécie de esconderijo à vista de todos. Aos oito anos, Warhol contraiu uma doença - distúrbio de movimentos que envolvia movimentos involuntários do rosto, ombros e quadris. Forçado a ficar em casa, a sua educação foi… ler revistas. 



Warhol tornou-se verdadeiramente famoso com a série sobre as latas de sopa Campbell's, que estreou na Ferus Gallery de Los Angeles em 1962. Encenou a exposição, tendo as pinturas sido expostas em filas de prateleiras, como se de um supermercado se tratasse. Este conceito mostrou definitivamente a quebra das regras existentes de Belas-artes e associou a arte ao consumismo.

Simultaneamente ao surgimento da Pop Art, durante a década de 1960, ocorreu a ascensão do Minimalismo, cujos praticantes cultivaram uma abordagem reduzidamente abstrata. Contrariando esta estética, Warhol criou um conjunto de cópias idênticas de caixas de sabonete Brill-O e salas cobertas com papel de parede de vaca. Foi a sua maneira de criticar o estilo minimalista.



Um acontecimento próximo do final da década alterou decisivamente a sua vida e carreira. Em 1968, Valerie Solanas, uma feminista radical que guardava rancor de Warhol por supostamente ter roubado um manuscrito de uma peça que escreveu, entrou no seu estúdio e disparou conta Warhol. Passou alguns meses no hospital passando por uma cansativa sequência de operações que o deixou usando um espartilho cirúrgico para o resto da vida.

 

Andy Warhol morreu em Nova Iorque em 22 de Fevereiro de 1987.


Eduardo Carqueijeiro e Salvador Peres


As mulheres pastoras do sul de Angola

Memórias de África de Nuno David




As minhas vivências estão na memória em lugar de fácil acesso, logo ali à mercê, por terem sido imprevisíveis, assustadoras algumas, mas todas... fantásticas!!!!

Partilhar coisas e acontecimentos é um prazer, sobretudo passá-los a desenho e pintura com lápis, tinta da china e pinceladas de café.


Mumuilas, e Quanhamas, as mulheres pastoras do sul de Angola com belos adornos e ancestrais penteados, a que se juntam brincos, colares e outros enfeites que a natureza lhes dá e que tão bem elas conhecem…!

A tudo isto, juntam-se artísticos e belos penteados, misturados com fáceis e amistosos sorrisos!!!!

Os pentes usados e esculpidos em madeira são obras de escultores e prendas oferecidas às amadas mulheres!!!!


Os restantes desenhos levam-me à adolescência, quando a vindima acontecia nas terras dos pais e avós na Beira Alta e lá por coincidência em férias grandes.

Depois, o VW de 1960 “carocha”, lembrando o coleóptero, autêntico jeep para circular por lá, de refrigeração a ar, para fazer face às elevadas e secas temperaturas dos desertos do Calaári e Namíbia.

Em plena ação de muitos quilómetros na praia, pista larga percorrida entre marés e altas dunas, apenas e só nesse tempo. Depois de subida a duna, bem alta onde nem o mar de calema (tempestade) lá chega, descansar, descansar, planear e prosseguir, quando o mar recuar e a pista aparecer de novo!

Aventura com alguns nervos “à mistura”… sendo tudo uma questão de planeamento, tempo contado e “pé a fundo no acelerador”!!!





Não havia facilmente acesso ao GPS, mas tínhamos cartografia com precisão e à escala. As contas faziam-se e tudo corria bem!!!!

Assim estavam os ânimos depois de se subir a duna pela “escapatória” e, lá do alto, respirando fundo...!!! …como o mar era belo!!!!!… e hoje também!!!

Texto e imagens de Nuno David

ESCRITO NOS LIVROS

As Benevolentes

Jonathan Littell


Li, ao logo da minha vida, abundantes páginas sobre esse período trágico da história que foi a Segunda Guerra Mundial.

Muita literatura recheada de factos históricos, documentada e amplamente ilustrada com imagens terríveis de um tempo em que os homens deixaram cair o verniz ténue de humanidade que os cobria e se tornaram bestas, matando, estropiando e deixando atrás de si um rasto de morte e destruição sem precedentes na história da humanidade.

Mas foi um livro de ficção que mais me marcou. “As Benevolentes”, de Jonathan Littell. Uma ficção construída a partir de factos reais ocorridos em cenário de guerra, na rectaguarda das tropas nazis, quando estas iniciaram a marcha para leste, preparando a invasão da Rússia.

Atrás das tropas regulares da Wehrmacht, varrendo na sua passagem povoações inteiras, seguiam os Einsatzgruppen, esquadrões da morte da Schutzstaffel (as tenebrosas SS).

Os Einsatzgruppen estiveram envolvidos em milhares de execuções sumárias de civis, testando métodos e processos bárbaros, que horrorizaram os próprios nazis, e serviriam depois para justificar a implementação da chamada solução final da questão judaica, com a criação dos campos de extermínio.

Nunca um livro foi tão longe e tão fundo na abordagem às atrocidades cometidas por seres humanos. Nunca a desumanidade foi tão bem descrita. Tão detalhada, tão crua e radicalmente apresentada.

“As Benevolentes” são um soco brutal no estômago e um arrepio indescritível. Um livro atroz, que não se quer ler, mas, uma vez começado, não se consegue parar de ler.

 

Salvador Peres

I Ciclo de Cinema Transtagano



No âmbito das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974, o Fórum Romeu Correia, em Almada, está a exibir desde a semana passada filmes sobre o Cinema Transtagano (alentejano, todas as regiões a Sul do Rio Tejo). O Ciclo começou com um filme dedicado a Urbano Tavares Rodrigues, filmado poucos anos antes da sua morte, quando o escritor já estava debilitado, e a sessão contou com a presença do realizador Possidónio Cachapa.

Mas ainda é possível assistir a quatro dos filmes do Ciclo:

9 de janeiro (TER.) 21h00 - Terra de Hiroatsu Suzuki, de Rossana Torres (com a presença da realizadora, filha do conhecido arqueólogo de Mértola, Cláudio Torres)

10 de janeiro (QUA.) 21h00 - Montado de Joaquín Gutiérrez Acha

11 de janeiro (QUI.) 21h00 - Al Berto de Vicente Alves do Ó

12 de janeiro (SEX.) 21h00 - Florbela de Vicente Alves do Ó


Organização: Câmara Municipal de Almada e Centro de Estudos Documentais do Alentejo 

Apoio: Junta de Freguesia da Charneca da Caparica e Sobreda

 

José Alex Gandum

Reencontro de duas paletas



Inauguram hoje, às 16h00, na Casa da Baía, em Setúbal, as exposições de Reinaldo Caó e Beth Lisbôa, com a presença dos autores.

José Alex Gandum

 

FICHA TÉCNICA

Coordenação Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum

Textos de Eduardo Carqueijeiro, José Alex Gandum, Nuno David e Salvador Peres

Imagens de José Alex Gandum e Salvador Peres

Edição de Salvador Peres



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