Antes que a Terra trate de nós
Por essas épocas remotas, em pleno Paleozoico, compreendido,
aproximadamente, entre há 542 milhões e 251 milhões de anos, deu-se início a um
tempo definido pela erupção da vida nos mares. Pelo fim do Paleozoico, que
marca a passagem da Era Paleozoica para a Mesozoica, ocorreu uma extinção maciça, a maior da história da
vida na Terra, que extinguiu aproximadamente 90% de todas as espécies animais
marinhas, provavelmente resultante de um período de aquecimento global.
Outros eventos de aquecimento global foram marcando a vida da Terra ao
longo da sua longa história, tendo esta sofrido mutações climáticas globais de
grande amplitude. A Terra passou já por períodos em que o clima era muito
quente, com alguns graus acima da temperatura média actual, e muito frio,
devendo ter desaparecido por completo, ao tempo, o gelo que cobria as montanhas
e as zonas polares.
Claro está que esses acontecimentos, todos fruto de causas naturais,
ocorreram antes do aparecimento dos hominídeos e do advento da história. Os
hominídeos, esses seres dotados de grande inteligência, mas de pouco senso, somos
nós. E o hominídeo do topo da escala, o Homo sapiens, que evoluiu para o homem
moderno, só precisou de cerca de 400 mil anos para se apoderar do clima e fazer
dele, em duas centenas de anos, o que as mudanças climáticas, concebidas pela
natureza, levaram milhões de anos a gerar. A escala das mudanças que levam ao
aquecimento global terá passado do milhão de anos para a centúria?
Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, tendo em vista que a
análise estatística do clima apenas foi iniciada por
finais do século XIX. Dizem a prudência e o bom senso,
contudo, que é mais avisado irmos tratando bem da Terra antes que a Terra acabe
por tratar de nós.
Salvador Peres
A Serra de Agostinho no Italy International Film Festival
“A Serra de Agostinho”, filme de Alberto Pereira, continua a competir em vários festivais internacionais de cinema. Desta vez irá integrar a selecção oficial do Italy International Film Festival, entre os dias 23 e 30 de Janeiro.
Ao filme foi já atribuído, pelo júri do festival de cinema TokioFilmAwards, realizado na cidade de Tóquio, no Japão, o primeiro prémio na categoria de Longa Metragem em Documentário. Ganhou, também, uma Menção Honrosa no Festival de Curtas Metragens de Cannes.
“A Serra de Agostinho”, estreado em
2020, é uma curta metragem sobre a vida ascética do poeta e eremita Frei
Agostinho da Cruz. O filme evoca o poeta, acompanhando-o numa revisitação à
Serra da Arrábida, pelos lugares que calcorreou e viveu, desde que, em 1605,
rumou à Serra para ali viver como eremita.
A Memória da Água inspira novo
filme de Alberto Pereira
Alberto Pereira deu já início à produção do seu novo filme. Inspirado
na crónica “A Memória da Água”, um texto original de Salvador Peres, o filme
mergulha no Rio Sado, desde a nascente à foz, e nas memórias guardadas no
imenso ventre líquido do seu estuário.
“Os rios escorrem por montes e vales na ânsia do mar imenso.
Desde a nascente, na Serra da Vigia, às portas de Ourique, até ao amplo
estuário que enlaça, numa bojuda baía, a cidade de Setúbal e a Península de
Tróia, o Sado é fiel a este velhíssimo adágio. Ele trepa, ligeiro e
rumorejante, Alentejo acima, buscando o aconchego do vasto ventre do Atlântico.
Essa água, que vem dos confins das serranias alentejanas até às margens
troianas e sadinas, é um ser vivo com memória.”
O personagem central do filme é um fotógrafo que parte em busca
dos antigos barcos brancos de madeira que, no passado, transportaram milhares
de pessoas entre Setúbal e Tróia, e, hoje, jazem, abandonados, num areal suburbano
e solitário da Mitrena.
“No fluir dos anos, que se vestem de acordo com as modas dos
tempos, há um lugar para a novidade. E há um lugar para a memória. Um futuro
sem memória é um lugar sem futuro. Felizmente, os velhinhos barcos, que fenecem
na esquecida Rampa das Baleias, entre eles, o “Recordação”, memória amarga e
esquecida a desfazer-se numa praia solitária, vivem eternamente na memória do
azul estuarino do Sado. Porque a água, contrariamente aos homens que usam e
esquecem as coisas que lhe foram úteis, tem memória e futuro”.
SP
MÚSICA
Concerto de órgão e Canto em S.
Sebastião
Organizado pelos Amigos da Paróquia de S. Sebastião, vai ter lugar a 20 de Janeiro, pelas 16h30, na Igreja de S. Sebastião um concerto de órgão e Canto.
No órgão
estará João Santos, músico altamente prestigiado a nível nacional e
internacional, sendo um dos responsáveis pelo concerto de seis de órgãos de
tubo de Mafra. João Santos é, actualmente, o organista titular da sé de Leiria.
No canto,
estará a soprano Manuela Moniz, cantora lírica detentora também de um vasto currículo
nacional e internacional.
40 Anos sem
Ary dos Santos
Dia 18 de Janeiro assinalou 40 anos sobre a morte de José Carlos Ary dos Santos, o poeta que talvez melhor personificou o antes, o durante e o depois do 25 de Abril de 1974. Irreverente e talentoso, Ary dos Santos conseguiu ludibriar a cinzentona censura com algumas frases em canções que na altura foram consideradas "muito à frente" num país quase paralisado culturalmente. Na canção 'Desfolhada', interpretada por Simone de Oliveira, e vencedora do Festival da Canção de 1969, a letra dizia, entre outras coisas, "quem faz um filho, fá-lo por gosto...", No ano seguinte, numa das canções mais criativas da música portuguesa, 'Canção de Madrugar', interpretada por Hugo Maia de Loureiro, Ary dos Santos dizia "Então nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos, nem...Pedras, nem facas, nem fomes, nem secas, nem... Feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas, nem... mal!". Mas, mais forte ainda foi a canção 'Tourada', composta e interpretada por Fernando Tordo, vencedora do Festival da Canção de 1973, onde Ary dos Santos dizia: "Nós vamos pegar o mundo pelos cornos da desgraça, e fazermos da tristeza Graça".
José Alex Gandum
Exposição '50
Pedras pela Liberdade'
Foi inaugurada no dia 18 deste mês e estará patente na Associação 25 de Abril, em Lisboa, a Exposição '50 Pedras pela Liberdade', evocatória dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, que se assinalam este ano.
A Exposição
conta com a participação de 50 artistas, onde cada qual "trabalha"
uma Pedra tendo em mente os Anos de Liberdade, uma por cada ano.
A organização
é da Associação 25 de Abril, contando com o apoio da Câmara Municipal de
Lisboa, da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e do Espaço
Imperfeito, local para onde irá a Exposição em data a anunciar.
Entrada livre
No próximo Sábado, dia 20 de Janeiro, o pintor Reinaldo Caó, que neste momento está a expor na Casa da Baía, em Setúbal, vai ministrar um workshop de pintura no Espaço Imperfeito, em Lisboa, a partir das 15 horas, seguido de palestra. O evento insere-se na Finissage da Exposição 'Reencontro de Duas Paletas' (com a participação dos pintores Reinaldo Caó e Beth Lisbôa).
A Exposição dos dois artistas na Casa da Baía, em Setúbal, estará patente
até dia 27 de Janeiro.
José Alex Gandum
5.º
Congresso dos Jornalistas
Começou ontem, quinta-feira, o Congresso dos
Jornalistas, que irá decorrer até Domingo, no Cinema S. Jorge, em Lisboa. Na
abertura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, abordou os
desafios que o jornalismo enfrenta em Portugal, nomeadamente com o recente
caso de eventual despedimento colectivo dos profissionais da Global Media, que
esteve representado por um jornalista de cada órgão de comunicação atingido:
DN, JN, O Jogo, Dinheiro Vivo e TSF.
FICHA TÉCNICA
Coordenação Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum
Textos de José Alex Gandum e Salvador Peres
Imagens de Alberto Pereira, Isabel Melo, José Alex Gandum e Salvador Peres
Edição de Salvador Peres
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