Em 20 de Julho de 1969, quando a Apolo 11 pousou na Lua, eu era um rapaz
de 15 anos. Em casa de meus pais, em frente a uma televisão a preto e branco,
testemunhei, atónito e maravilhado, a esse feito notável conseguido pelos astronautas
Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins. A humanidade dera um passo gigantesco
em direcção ao grande desconhecido, esse Cosmos que se estende, desmedido e
incomensurável, muito para além da nossa capacidade de compreensão.
Tudo aquilo me parecia irreal, assim uma espécie de fantasia saída do
livro “Rumo à Lua”, de Hergé, da série de banda desenhada do intrépido repórter
Tintim. Mas, desta vez, a nave que alcançara a Lua não tinha sido desenhada e
construída sob a supervisão do genial Professor Trifólio Girassol. E a
tripulação não era constituída pelo Tintim e o seu inseparável cão Milu, mais o
histriónico Capitão Haddock e os desastrados detectives Dupond e Dupont, mas
por três norte-americanos, de carne e osso, que arriscaram a vida para culminar
vitoriosamente o sonho de um Presidente que, em 1962, disse perante uma
multidão: “Nós escolhemos ir para a Lua”.
Fizeram história as declarações de Neil Armstrong e de Buzz Aldrin quando
cumpriram o objectivo de colocar um humano a pisar um outro mundo pela primeira
vez na história da humanidade: “Um pequeno passo para um homem, um salto
gigantesco para a humanidade”, proferiu Armstrong; “Magnífica desolação”, declarou
Aldrin. Curiosa sequência de frases, essas que, de alguma forma, contêm em si
os dois principais paradigmas associados à exploração do espaço: a abissal vastidão
cósmica e o perturbante vazio do espaço, que parece estender-se, sem fim, para
onde quer que apontemos os mais avançados dispositivos de observação cósmica de
que a humanidade dispõe.
Tintim não foi a Marte: Hergé não viveu o suficiente para se meter à
aventura de levar aquela intrépida, louca e colorida tripulação até ao Planeta
Vermelho. Mas líderes e agências espaciais de vários países, volta não volta,
são notícia com avançados projectos para levar o Homem ao quarto planeta a
partir do Sol, o único planeta do Sistema Solar, tirando o nosso belo Planeta
Azul, que parece reunir condições para albergar uma colónia de humanos.
Acredito que esta espécie mortal, imperfeita e cheia de contradições será,
um dia, capaz de vencer as distâncias inimagináveis que se lhe apresentam no
horizonte cósmico, para onde quer que se vire, e chegar a outros mundos, talvez
habitados por seres dotados de outras formas de inteligência, outras competências,
outras formas de ver e pensar, quem sabe, seres que tenham abolido essa
estranha obsessão humana de dividir, separar, rotular e segregar quem se lhe
afigura estranho e diferente. E, talvez, nesse futuro que espero venha, um dia,
do fundo dos tempos, outro ser humano possa pisar outros lugares do cosmos e dar
razão e continuidade às palavras de Neil Armstrong e se abra à humanidade futuros
hoje impensáveis.
Salvador Peres
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Maria Lamas na Fundação Gulbenkian
Na sequência da Exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian, na
Sexta-feira passada realizou-se uma conferência que abordou não só a obra da
jornalista/fotógrafa Maria Lamas, mulher pioneira na fotografia em Portugal na
primeira metade do século passado, como de outras mulheres que vencendo
barreiras conseguiram registar momentos do quotidiano português do século XX.
Como oradores, além do Professor Jorge Calado, curador da Exposição de
Maria Lamas no átrio da Biblioteca da Gulbenkian, apresentaram dissertações
Alexandre Pomar, jornalista na área da Cultura, Luísa Ferreira, fotógrafa,
Raquel Henriques da Silva, historiadora ou Eugénia Vasques, professora e
cronista na área do Teatro.
A Exposição de Maria Lamas vai estar patente até 28 de Maio e tem entrada
livre.
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Liberdade na obra de José Afonso
Zeca Afonso ou José Afonso. Eram a mesma pessoa, mas parece que José Afonso
não fica muito agradado por ser tratado por Zeca. Mas com uma denominação ou
outra, a verdade é que José Afonso foi um dos maiores protagonistas no
século XX em Portugal. Autor e compositor das canções mais simbólicas do
Portugal amordaçado e depois do Portugal livre após o 25 de Abril de 1974, além
de Professor, José Afonso viveu em Setúbal, onde também deu aulas, tendo
morrido na casa, em Azeitão, em 1987, com 57 anos, após uma doença
degenerativa.
Para assinalar a Liberdade na obra de José Afonso, a Livraria Martins, em
Lisboa, organizou na passada quinta-feira um debate com a presença de
especialistas: Joaquim Vieira, jornalista e autor de um programa de televisão
sobre José Afonso, e Rui Vieira Nery, historiador da música portuguesa. O
debate foi moderado pela jornalista da Visão, Sara Belo Luís. De assinalar
ainda a intervenção de Anália Gomes, administradora de uma Página no Facebook
sobre José Afonso, a qual tem mais de 43 mil seguidores.
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Sérgio Godinho lançou um novo livro
Sérgio Godinho é conhecido como um dos maiores cantautores portugueses, a
maior parte das suas canções são conhecidas e cantaroladas por muita gente. Mas
Sérgio Godinho também é um romancista e na passada quinta-feira lançou o seu
terceiro romance na FNAC do Chiado. 'Vida e morte nas cidades geminadas' foi
apresentado pelo editor Francisco José Viegas, e a obra relata a relação entre
uma portuguesa emigrante e um francês. Para o próprio Sérgio Godinho
"Entre Amália e Cédric nasce um amor cheio de coincidências e
dificuldades: nasceram no mesmo dia e no mesmo ano. Apesar de ela ter nascido
em Guimarães e ele em Compiégne partilham as mesmas perplexidades, a mesma
busca por uma identidade e os mesmos amores, entrando em conflito com o passado
e com o presente. São o humor e a graça que determinam como é a vida, e se
pode escapar à lei da morte".
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Artistas nascidos depois de Abril de 1974
'Nós que acreditamos na Liberdade' é o título da Exposição que está patente
desde quinta-feira passada na Galeria da Junta de Freguesia de Santa Maria
Maior, em Lisboa, e que reúne a criatividade de oito artistas nascidos depois
do 25 de Abril de 1974: Fidel Évora, Francisco Gomes, Francisco Trêpa,
Margarida Alfacinha, Maria Luz, Mariana Duarte Santos, Paulo Albuquerque e
Thomas Mendonça. A Exposição está patente até ao próximo dia 30 de Março com o
horário de segunda a sábado das 15 horas às 20 horas com entrada livre.
José Alex Gandum
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Buffalo Suzuky
Springs em S. Sebastião
Dia 6 de abril, Sábado,
pelas 17h30, a Igreja de S. Sebastião recebe o concerto do Grupo
norte-americano Buffalo Suzuky Springs, acompanhado pela pianista Marlene
Harrington.
O grupo norte-americano, com sede em Nova Iorque,
possui uma reputação de excelência, quer a nível nacional, quer internacional. O
concerto insere-se numa digressão por Portugal, sendo o seu primeiro concerto na
Casa da Música do Porto, terminando a sua digressão, em Setúbal, na Igreja de
S. Sebastião.
Os bilhetes para o concerto dos Buffalo Suzuky
Springs, uma organização dos Amigos da Paróquia de S. Sebastião, podem ser
reservados através do email antoniomelo18@sapo.pt ou para o telefone 919521778.
Amigos da Paróquia de S. Sebastião
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Dar Liberdade à Imaginação
Nos dias 3 e 4 de Abril, o MAEDS - Museu de
Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal convida crianças dos 7 aos 13
anos para uma oficina criativa que celebra a Liberdade e os Direitos Humanos.
Com base em histórias inspiradoras da Revolução dos
Cravos, os participantes serão desafiados a dar asas à sua imaginação através
de diversas atividades de artes plásticas.
Mais informação:
Datas: 3 e 4 de abril de 2024
Horário: 10h00 às 12h00
Local: MAEDS - Museu de Arqueologia e Etnografia do
Distrito de Setúbal
Público-alvo: dos 7 aos 13 anos
Valor: 10€ (2 dias, com material incluído)
Inscrições: https://forms.gle/WLPwRph7Jmv5xE3w5
MAEDS
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Pela
Herdade de Gâmbia imersos na natureza
A caminhada Synapsis do mês de Março vai
levar-nos numa visita à Herdade de Gâmbia.
Vai ser no dia
24 de Março, Domingo, com o seguinte programa:
08h30 -
Concentração na Herdade de Gâmbia
09h00 - Pequena
apresentação da Herdade
09h20 - Início
da caminhada
11h45 - Visita
à Loja de Vinhos da Herdade
12h15 - Fim da
actividade
As inscrições
para a caminhada devem ser feitas para o endereço de email sinapsis11@gmail.com até ao dia 22 de Março
Synapsis: a caminhar há 14 anos pelo Sado e Arrábida
Salvador Peres
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FICHA TÉCNICA
Coordenação
Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum
Textos José Alex Gandum e Salvador
Peres
Imagens de José Alex Gandum e
Salvador Peres
Edição de Salvador Peres
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