Júlio Pomar: entre Lisboa e Paris, 8 décadas
No próximo dia 12 de abril, pelas 21h00, o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) será palco de uma conversa singular e enriquecedora sobre um dos artistas mais proeminentes da arte do século XX para o XXI.
Intitulada "Júlio Pomar: entre Lisboa e Paris, 8 décadas", esta conversa abordará não apenas a obra, mas também a vida de um ícone da pintura à grande decoração. A apresentação estará a cargo de Alexandre Pomar, filho do artista e autor de diversos estudos sobre a sua obra.
Este
evento, organizado pelo grupo Synapsis em estreita relação com o MAEDS, conta
com a parceria da LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Associação
Cultural Sebastião da Gama, Paróquia de S. Sebastião e Arrábida Legend.
Será
uma oportunidade imperdível para mergulhar na trajetória fascinante deste
grande artista.
A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.
Salvador Peres
Centenário de Sebastião da Gama
Uma vasta programação até ao final do ano
A celebração dos
centenários de Joana Luísa e de Sebastião da Gama prosseguem. Dá-se aqui nota
dos próximos evento:
- 2 de Abril, às
21h00, no
Forum Luísa Todi (no Rooftop) - Espectáculo-tributo "A cada verso
nasço...", pelo PICA (Projecto de Intervenção Cultura e Artes) - lotação
limitada, necessidade de adquirir bilhete no Forum (custo: 5,00 €)
- 6 de Abril, às 15h00, na Casa Bocage - exposição "Os lugares de Sebastião da Gama pela lente de Américo Ribeiro". Patente até 18 de Maio.
- 6 e 13 de Abril, às 15h00, "Peddy paper Sebastião da Gama" - Centro Histórico de Azeitão. Ponto de encontro: Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama. Inscrição: 917 771 214 ou servico.educativo.museus@mun-setubal.pt
- 10 de Abril, às 11h30, na Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, em Azeitão - Entrega do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama (XVII edição)
- 10 de Abril, às 18h00, Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal - sessão "Quando eu nasci", com leitura de poemas de Sebastião da Gama pelo TAS (Teatro Animação de Setúbal)
- 10 de Abril, às 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal - conferência do ciclo "Ler Sebastião da Gama" por Guilherme d'Oliveira Martins
- 10 de Abril, às 21h00, na Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama - apresentação do livro "Sebastião, o menino que nasceu poeta", de Idalina Veríssimo
- 13 de Abril, às 11h30, na igreja do Convento de Jesus - grupo e-Vox em concerto para cantar Sebastião da Gama
- 11 de Maio, durante o Encontro Poético organizado pela Casa da Poesia de Setúbal, apresentação da antologia "Entre a Poesia e a Vida - No Centenário de Sebastião da Gama", colecção de poemas da autoria de poetas associados da Casa da Poesia de Setúbal
... e ainda, porque um poeta faz-se de palavras que constroem poemas:
- em data a anunciar, apresentação da obra "Por mim fora", recolha antológica de 100 poemas de Sebastião da Gama, organizada por Ruy Ventura (pode ser feita a encomenda desde já através do email da editora officiumlectionis@gmail.com)
- em data a anunciar, apresentação da obra "O inquieto verbo do mar", poesia reunida de Sebastião da Gama, integrando toda a obra poética publicada e mais de 250 poemas inéditos, edição Assírio & Alvim / Porto Editora, organizada por João Reis Ribeiro
João Reis Ribeiro
Num Hotel Infinito cabe sempre mais um
Incognoscível, inexplicável, incomensurável, absurdo, paradoxal, o
infinito domina, apesar de tudo, a linguagem do nosso quotidiano. Na vida, há
uma infinidade de coisas a fazer. O amor verdadeiro é infinito. O nosso olhar,
quando fixamos o céu nocturno, e pensamos na imensidão que se desdobra sem fim
à vista, está a olhar para o infinito. O conceito existe e é aplicado no
cálculo matemático. E a física moderna não o dispensa na elaboração teórica
sobre a génese e a evolução do cosmos.
Das muitas leituras e conceitos sobre o infinito, Pedro Sá
revisita muitas vezes a Parábola do Hotel Infinito, de David Hilbert.
Conta-se assim: Imaginem um hotel com um número infinito de
quartos. Está sempre lotado: todos os quartos estão ocupados. Mas, por estranho
que pareça, há sempre espaço no Hotel Infinito. Uma noite aparece um cliente a
perguntar se há um quarto livre. A recepcionista não se atrapalha e diz: “Sim,
há sempre lugar aqui no Hotel Infinito. Dê-me só um segundo”. A recepcionista
pega no altifalante e diz aos ocupantes dos quartos: “Façam as malas e
preparem-se para mudar para o quarto ao lado”. Dito isto, a pessoa do quarto um
vai para o quarto dois. A pessoa do quarto dois vai para o quarto três e por aí
fora. Pode pensar-se que haverá problemas porque os quartos estão todos
ocupados. Mas, como é um Hotel Infinito, os números nunca acabam. O um pode
passar para o dois e o dois para o três, o um milhão pode passar para o um
milhão e um e assim sucessivamente. Então, todos os hóspedes vão para o quarto
ao lado, o que significa que o quarto um está livre e o novo cliente pode ser
hospedado. Mas, pergunta-se: não podiam mantê-los todos nos mesmos quartos e
pôr o novo hóspede no fim? Assim não se mudaria toda a gente só por causa de
uma pessoa. Parece ser uma boa ideia. O problema é que não há último quarto. O
infinito não funciona assim. Temos sempre de começar pelo princípio, porque não
há fim.
Parece que só no universo houve um princípio, não se vislumbrando
um fim. Um paradoxo para nós, que, contrariamente ao cosmos, nada sabemos do
princípio, mas achamos saber tudo acerca do nosso fim.
Pedro Sá pensa e escreve muito sobre o universo, sobre esse profundo e esmagador desconhecido que se abre a toda a extensão do céu por sobre as nossas cabeças. Sabe que a sua amada Maria, aquela que o enxotou da sua vida, o outro, que tomou o seu lugar, e ele próprio, hoje vivendo já a léguas desse tempo quase esquecido, pouco mais são que um insignificante grão de pó, vivendo num presente exíguo, um infinitésimo de tempo da imensidão do tempo cósmico. Nenhum deles estava cá há um milhão de anos; nenhum cá estará daqui a milhão de anos. E o universo avança, encolhendo os ombros, sem querer saber do destino de cada um, que será o destino comum de todos: um acorde ínfimo na sinfonia infinita do cosmos.
Salvador Peres
As Gerações de Abril homenagearam
José Afonso e
Adriano Correia de Oliveira
À semelhança do que se tinha passado há exactamente 50 anos, o Coliseu de Lisboa encheu de novo no dia 29 de Março para homenagear José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e as Gerações de Abril. Com uma diferença fundamental: desta vez não houve censura à palavra Liberdade nem censórios na plateia a fazer relatórios. José Fanha, Vitorino, Manuel Freire, João Afonso, Francisco Fanhais, Gisélia, António Salomé, Banda Filarmónica Grandolense foram alguns dos artistas que se associaram à comemoração. Só faltaram mesmo José Afonso e Adriano Correia de Oliveira...
José Alex Gandum
Exposições de Marques Valentim sobre o 25 de Abril
Inauguração de duas exposições do fotógrafo Marques Valentim no dia 5 de
Abril às 18 horas na Galeria de Santa Maria Maior, em Lisboa. Entrada livre
E DEPOIS DO ADEUS // O INSUBMISSO
Fotografia de Marques Valentim
5 a 27 de abril, Galeria Santa Maria Maior
Celebrar Abril. Ao longo do mês em que se assinalam os 50 anos sobre o 25
de abril e a conquista da Liberdade, a Galeria de Santa Maria Maior apresenta
uma representativa coleção de imagens do fotojornalista Marques Valentim, de 74
anos, dividida em duas exposições: "E depois do adeus" e "O
insubmisso".
A fotografia de Marques Valentim revela-nos um país que se libertou e
um enfant terrible do quadro político nacional numa dupla exposição patente na
galeria de arte da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
E DEPOIS DO ADEUS | Portugal 1972 - 1988
25 de Abril / 50 Anos
“E depois do adeus” retrata e documenta alguns dos momentos mais
importantes vividos pela sociedade portuguesa no período de construção da
Democracia e dos seus protagonistas, desde logo o inesquecível operacional
desse “dia inicial e limpo”, o capitão Fernando Salgueiro Maia.
O INSUBMISSO | Centenário Mário Soares
Soares | 100 Anos
“O Insubmisso”é uma exposição que assinala os 100 anos, que também se
assinalam em 2024, do nascimento de Mário Soares, um dos principais
construtores da nossa Democracia, com uma coleção de emblemáticas fotografias
de Mário Soares, que ilustra a sua atividade na defesa das liberdades, a que
dedicou a sua vida.
Segunda-feira a sábado, 15h00 - 20h00
Inauguração: 5 de abril, 18h00
Galeria Santa Maria Maior > Rua da Madalena,
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José Alex Gandum
FICHA TÉCNICA
Coordenação Editorial de Salvador Peres e José Alex Gandum
Textos João Reis Ribeiro, José Alex Gandum e Salvador Peres
Imagens de José Alex Gandum e Salvador Peres
Edição de Salvador Peres
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