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Silêncio - fotografia de Alexandre Murtinheira

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  Alexandre Murtinheira é professor de Artes Visuais na Escola do Ensino Secundário D. João II, em Setúbal. Artista multifacetado, desenvolve a sua atividade artística na pintura, na música, nas artes performativas e essencialmente na fotografia . Tem vindo a desenvolver um trabalho meticuloso, através da experimentação de novos materiais, ensaiando e consolidando técnicas e processos, numa diversidade de recursos que resultam numa apresentação muito ecléctica, contemporânea e exploradora de uma estética inovadora. É membro fundador do grupo Synapsis. GRANDE ANGULAR Uma secção do blogue Synapsis que leva aos seus leitores a visão única e irrepetível da fracção de segundo que congela e eterniza o tempo: a fotografia.

Quem muito corre, pouco alcança - Elisabete Caramelo

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Num tempo marcado pela velocidade tecnológica, os seres humanos aceleraram drasticamente as suas vidas. Passamos o tempo a correr para conseguir fazer tudo o que queremos ou necessitamos e, tal como nos versos de Manuela de Freitas, cantados por Camané “corre a gente decidida/ pra ter a vida que quer/ sem repararmos que a vida/ passa por nós a correr”. Agendas cheias, trabalho em excesso, vida familiar assoberbada, demasiadas ligações nas redes sociais e pouco contacto humano de qualidade, criam um cenário propício ao grande inimigo destes tempos: o Stress. Perante esta pequena palavra estrangeirada, a paciência e o tédio da primeira metade do século passado fazem parte da memória longínqua do “conta-me como foi”. Além de tirar o sabor à vida e de nos impedir de viver plenamente, o stress gera ansiedade, desconcentração e muitos danos que podem ser irreversíveis. Por isso, é fundamental começar por ter consciência do que representa e como se pode diminuir. Este curto vídeo TED d

Eduardo Lourenço - Partiu o príncipe "da nossa Baviera" - Fátima Ribeiro de Medeiros

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  Dia 1 de dezembro. Pelas 9:20 h da manhã, a pivô do “Bom-Dia Portugal”, RTP 1, anunciava: “notícia de última hora: faleceu Eduardo Lourenço, filósofo e ensaísta. Tinha 97 anos. Não foi indicada a causa da morte.” Cerca de meia hora depois, a mesma estação transmitia a primeira reação, a de Boaventura de Sousa Santos. A morte de Eduardo Lourenço, o príncipe “da nossa Baviera”, não era nada de que não estivesse à espera, mas sinto uma tristeza, um amargo de boca, uma sensação de algo que se perdeu para sempre e não será substituível, como não pensei que me aconteceria. Recordo a sua lucidez, a sua fina ironia e até um gostinho para a teatralidade que não perdia se a oportunidade lhe passasse em frente. Em 2008, ao pedir-lhe que me assinasse a 2.ª edição de  Fernando Pessoa Revisitado  (publicada em 1981 e que adquiri em 1988), comentou: «Ah! Tem esta edição… Sabe que eles nunca ma pagaram?” E terminou abrindo o livro e fazendo considerações sobre a obra e os meus sublinhados a lápis. F
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João Reis Ribeiro nasceu numa pequena aldeia do norte do país, Alvarães, tendo completado o ensino secundário, no Liceu de Viana do Castelo. Depois das aulas costumava ajudar a família no campo, participando nas múltiplas actividades (desde as sementeiras às colheitas, e até cuidar do gado). Optou pelo ensino, um sonho e um desejo desde a juventude, depois de ter trabalhado cinco anos, tempo que aproveitou para completar a sua formação académica, maioritariamente como trabalhador-estudante. O seu entusiamo com a profissão de professor e envolvimento com a Escola levou-o a assumir o desafio da responsabilidade de cargos de gestão, tendo nomeadamente presidido à sua escola durante sete anos. Os jornais sempre foram um desafio para ele, e sempre gostou de escrever, mas “para ser publicado e não para a gaveta, não para ser visto mas para partilhar”. Profundo admirador de Sebastião da Gama, foi co-fundador e primeiro presidente da Associação Cultural Sebastião da Gama, assumindo ainda hoj

Novas exposições temporárias no MAEDS

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  Novas exposições temporárias no MAEDS 28 Novembro 2020, 11h00 Visitáveis gratuitamente até 16 de Janeiro de 2021, de Terça a Sábado: 9h00-12h30/14h00-17h30.   Pouca Terra…Pouca Terra Que paisagens?   Uma exposição de arte colectiva, onde convivem estilos, perspectivas e filosofias diferenciadas, constitui invariavelmente um desafio ao encontro, diálogo e debate. Em plena crise pandémica, em que a distância social se impôs no nosso vocabulário e comportamento, não nos podemos esquecer que, por natureza, os Humanos são seres gregários e que a actividade cultural e seus agentes não podem ser suspensos. A sua produção é tão ou mais necessária nos momentos de crise como o que vivemos. A segunda reflexão que aqui desejo partilhar prende-se, claramente, com a ideia estruturante da exposição: as belas paisagens do nosso planeta e a urgência da sua conservação. Todos os meios de comunicação são poucos para a criação de uma consciência universal sobre os problemas ambientai

As mil e uma palavras de um só dia - Adérito Vilares

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  O tempo é vigília. Não dorme. Não descansa. Nada o detém no constante pingar de cada segundo. Nascemos, vivemos e morremos embalados nos braços do tempo que, indiferente ao que nos acontece, prossegue inexoravelmente a sua trilha cadente. Apesar de nos deslizarmos por entre o seu escorrer infinito não o conseguimos explicar. Vivenciamo-lo apenas. Na soma de todas as tentativas de o perceber inventámos conceitos como o passado, o presente e o futuro e pudemos concluir que o passado e o futuro não existem porque o primeiro já foi e o segundo será sempre algo para lá do agora. Resta-nos o presente que está sempre em movimento e que é um permanente e movimentadíssimo cruzamento entre o passado e o futuro e que pode ser entendido como a força motriz da mudança. James Joyce e Virginia Woolf ofereceram-nos duas obras que tiveram o condão de nos colocar na confluência dessa tríade de conceitos condensados no espaço temporal de apenas um dia: “Ulisses” e “Mrs Dolloway”, duas históri

Manifesto Anti-poesia - João Coelho

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  Detesto a poesia ! Detesto as palavras doces e elanguescidas, e detesto os inspirados anseios soprados às nossas almas desamparadas. Detesto as contradições e os segredos, que se revelam arrebatadoramente nas noites sublimes de lua cheia. Detesto as estrelas que dançam e alegremente espalham a sua suavidade serena, destruindo a penumbra que nos envolve. Detesto os olhares ternos que se cruzam, a sua eternidade, e as mãos que se entrelaçam. Detesto os heróis, fortes e solitários, a sua persistência e a sua coragem, e detesto ainda a sua inteligência e o facto de quererem ser maiores que a própria vida! Detesto as princesas, ardilosas e de beleza inigualável. Detesto os seus tímidos olhos cor de mel, verdes como bosques profundos, e a sua pele macia como nuvens duma tarde de verão. Detesto os sentimentos de não estar, estando, e ter de partir, sendo que chegou a hora. Detesto as despedidas desesperadas e as lágrimas tremelicando no canto do olho tanto como detesto os rigo